REMONTANDO SÉCULOS

REMONTANDO SÉCULOS
Uma linda caravela cortando os mares chega em São Salvador trazendo a revelação das conquistas de novas terras. Um desafio entre a vida e a morte, pois tudo era novo no novo continente. Ao chegarem muita luta para desvendar as oportunidades de riquezas e prosperidade que esta terra oferecia.
Um homem aparentando uns 40 anos veio trazendo em sua bagagem a cruz de sua cruzada. Enterrou em solo profundo e ofereceu aos índios a escolha do que já tinham, liberdade.
450 anos que o separaram de chegar novamente neste continente. Desencarnou na Bahia e reencarnou novamente em Portugal. Um pequeno lapso de tempo espiritual que levou séculos a se cumprir nos mundos sólidos.
Estou falando do nosso irmão que deixou seus sonhos alcançarem a realidade. Um sonho dantesco, um capricho da natureza atravessar voando os mares da solidão entre as velas sopradas pelos ventos. Não mais pelas águas, agora pelo pássaro alado. O homem aprendeu a voar e cada dia mais distante fica de suas raízes. Novos mundos o esperam além da curvatura horizontal.
Eu acredito que tudo e todos um dia se reencontram. Até as pedras se reencontram. A natureza sempre dá um jeito de juntar as pontas.
O elo imaginário dos mundos aficionados pela lembrança e pela saudade. O que dirá o homem, este eterno viajante do seu mundo interior, quando se descobrir em sua caravela. Não haverá um porto e sim decisões em qual deles aportará.
450 anos é muito tempo para voltar atrás. O capricho das reencarnações que seguram as emoções dentro do nosso sol interior.
Saudades. Sim. A revelação de ter estado em um lugar sentimental e ao pisar novamente as recordações abrem a memória: eu sinto que já estive aqui.
Não foi um caminho bom de viver, pois como conquistadores submeteram suas leis e ordens eclesiástica a pau e ferro. Os verdadeiros donos se tornaram escravos de uma colonização fria.
Tudo estava escrito nas alturas. Foi preciso haver esta ruptura para que este novo continente saísse na história como o país dos mil e um contos.
Mil caravelas cortaram os mares. Todos desejando descobrir e cobrir o descoberto.
Este homem voltou a chegar na terra de Santa Cruz. No grande pássaro alado desceu no Brasil e hoje cumpre uma missão aqui o celeiro da nova era. Está aqui comigo. Veio buscar a resposta que precisava para reordenar sua vida. Reencarnou no Porto de onde partiu para sua aventura entre os sete mares e partiu do porto como foi da primeira vez.
A beleza de uma pátria e a saudade que corroída sua alma. Hoje quase sozinho e com destino de assentar sua memória neste mesmo mundo passado.
O amanhecer é onde todos se reencontram um dia. É aqui, como jaguar, ele buscou o seu passado entre as obras deixadas como oportunidades de voltar. Sempre deixamos saudades ou dor por onde passamos.
Eu vou buscar os enredos da vida nas vidas a se amar. O eterno amor dos espíritos. Uns se odeiam porque se perderam. Ao se reencontrarem o amor cura as feridas.
Os laços de afinidade estão sobre o altar. Quebrem o selo e desvendem sua natureza.
Aos poucos vou detalhando.
Dom Manuel!
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un

12.01 2024

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!