OLORUM X OGUM
Me espantei ao ver esta passagem. Olorum, lei da paz, Ogum, lei da guerra.
Eu fiquei apreensivo e preocupado, porque a terra está sendo impregnada pela lei da guerra, do julgamento sumário. O que vai acontecer será como destruir o que Jesus construiu. Perdão aos menos esclarecidos, perdão as vítimas dos algozes que serão vítimas deles mesmos. Ninguém é Deus para julgar e nem pecador para sub julgar.
Esta mulher que veio pedir socorro pelos seus fracassos veio de um mundo distante. Eu a vi como aquela mulher que era pecadora e diante de Jesus seria apedrejada e o mestre a salvou de um triste destino. Seria a mesma de ontem no hoje!
Ela tinha seus cabelos pretos, curtos que foram cortados na espada. Suas roupas em frangalhos pelo tempo perdido.
Foi ali que eu vi a diferença entre o amor e a dor. Seta Branca nos disse: ensinem aos homens o certo que ele deixa de errar.
Apareceu duas nuvens no céu, uma branca e outra escura. Saiam raios e trovões do enfrentamento. Era uma guerra do bem contra o mal. Foi terrível esta batalha. A terra está sendo pré-julgada pelas falhas dos encarnados.
_ Socorro meu senhor! Me ajude!
Eu me calei, pois a quem ajudar. Nesta ocasião uma decisão equivocada poderia destruir a lei do perdão.
Nós aprendemos a conviver com os erros desta terra, porque nem Deus condena seu filho anjo caído, pois espera seu retorno ao seu aconchego. Um pai não mata, ama. Uma mãe não separa, junta. Seria como a choca que cobre sob suas asas seus filhotes, o branco, o preto e os demais sem escolher o melhor.
Muito assustada e sempre olhando para trás ela se sentia perturbada com possível perseguição. Logo já queria sair correndo, sem direção, sem rumo.
Ao ficar perto de mim ela se sentiu protegida e se acalmou um pouco, mas seus olhos vidrados giravam sem parar. Eu não conseguia olhar na sua face. Dava uma sensação ruim. Dava tontura.
Eu tinha que olhar por cima de sua imagem ou até mesmo desviar meus olhos para equilibrar minha visão.
O confronto estava acontecendo entre as leis espirituais. A terra esta neste episódio do ceifador. Que os santos e anjos espíritos ajudem a libertar este mundo da nossa própria maldade.
Tia Neiva disse: o certo pode ser errado e o errado certo.
Dias difíceis estamos vivendo nesta transição de uma nova era, onde tudo é o recomeço dos erros passados. Se a terra continuar neste enredo não sobrará sequer uma alma viva.
Conversei com a mulher milenar. Senti seu desespero e fiz uma prece em seu favor. Ela sentiu a prece atingir seu coração como um raio resulente. Foi a lança cristica que veio em seu socorro. Eu até me assustei com o impacto e dei uns passos para trás. Foi um raio seguido por um estampido.
Não feriu, não machucou, curou, desimpregnou a sua doença, a sua dor. Ela estava destinada a vagar pela dimensão e nunca ter paz, ter um porto seguro para descansar.
Foi uma grande lição de vida. Os espíritos precisam se perdoar, precisam viver na força de Olorum, viver o amor de Jesus. Fazendo isso nós vamos começar a transformar esta terra.
Se as espadas não baixarem elas serão como espinhos em nossas mãos.
Ogum está julgando esta terra. Não podemos precisar quem será atingido pela sua espada justiceira.
Os grandes Orixás estão se reunindo para definir o futuro do planeta. O que decidirem será cumprido. Não se sabe se é continuidade ou arrebatamento.
Eu olhei e a mulher já não estava mais comigo. Pensei, foi levada ou se perdeu novamente. Eu tinha parado por segundos para recompor do susto e tudo mudou a minha volta. No campo espiritual não tem horas. É muito diferente do habitual plano terrestre do dia, do mês, das horas. Lá é contagem do tempo. Vemos tempos diferentes se alternando na eterna balança. Não existe diferença de como vemos, passado, presente, futuro.
São faixas, ciclos, de algo indivisível e divisível ao mesmo tempo. Sem uma cronologia que estabeleça padrões. Em um ciclo podem ter vários alimentando as especulações.
Exemplo desta mulher que viveu a era do martírio e ainda se sente na mesma roupagem. Dois mil anos se passaram e ela não mudou. Teria que reencarnar para assumir uma nova roupagem.
Os espíritos milenares continuam na mesma roupagem que os mantiveram presos na sua escolha. Seria até ingenuidade tomar partido ou julgar o desconhecido pela aparência.
Os encarnados estão sofrendo um arrastão em suas inverdades. Seria como expurgo do mal existencial. Não há verdade plena entre as opiniões cegamente jogadas em cartaz sobre o altar. Uma em um milhão cegamente acertará o destino.
Foi muito difícil esta cena alarmante de uma guerra santa. Eu estou com a luz, mas a escuridão subiu com tudo e disposta a não perdoar os erros e fracassos. Sem amor a morte chegará no sangue derramado sobre a terra. Um cálice quebrado, um grito desesperador, um silêncio eterno.
O amor acolhe, o ódio separa. Quem tem ogum na cabeça se sentirá o rei justiceiro e será chamado de meu senhor. Jesus será afastado do alpendre de Salomão. Os lobos uivaram no silêncio da lua. Fogo na água como óleo incandescente.
Esta visão se formou diante deste quadro astrológico. Seria a impregnação daquele espírito. Muitas vezes a loucura espiritual induz as mentes humanas a acreditarem que estão corretas e certas na sua maneira de pensar.
“Pai, afasta de mim este cálice “.
“Quem beber da água que eu lhe der não terá sede eternamente”.
A fonte de água viva poderá secar e todos morrerão de sede. Não vamos ceder a tentação de sermos quem não somos.
“Filhos desta terra, amai-vos uns aos outros!”.
Encerrei minha viagem. A minha dor é amar demais a missão que me foi confiada. Mas lá onde o destino se cruza com a verdade as coisas poderão fazer a diferença.
Ninguém é soberano ao ponto de se sentir Deus. Até Jesus que era um Deus se sentia filho do criador. Ele sempre se oferecia como filho e não como pai, mas como irmão de todos nós.
Não julguem para não serem julgados.
Olorum está presente hoje no templo. Ele veio combater a justiça cega. Ele veio na lei cristica do amor, tolerância e humildade.
Não desafiem as forças cabalísticas!
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
26.04 2023
