MAL OU MAU

MAL OU MAU
O mal é como o cancro, depois de ter contaminado ele destrói sua vítima.
Chegou aqui um espírito todo cheio de umas bolas pretas. Eu tive receios e até ânsia em ver. Aquelas bolas nasciam como espinhas internas e iam endurecendo com o tempo. Elitrio, não sei dizer ao certo, não havia cobrança, era algo diferente.
Ela foi chegando devagar para não me assustar e conversando timidamente conquistou minha atenção. Eu me reconduzi ao tempo de Cristo quando ele curou os leprosos. Esta mulher foi uma daquelas curadas que mesmo vendo a verdade ainda duvidou. Ficou escondida com medo de ser condenado pelos sacerdotes.
Eu larguei o nojo e com uma espátula fui raspando aquelas bolas que rasgavam o espírito caindo ao chão. Fétido, sim, fedia coisa podre.
A cada raspagem eu retirava centenas de bolhas acrisoladas nela.
Vejam como o mal transforma a todos que se deixam contaminar. O coração se fecha, a cegueira toma conta, o mundo gira conforme seu pensamento. Nada mais consegue mudar o raciocínio. O ódio se concentra como casulo trazendo muita mágoa e dor.
Por mais que veja a verdade a sua frente não consegue assimilar o bem. Existe submundos que recebem estes espíritos contaminados e lá ficarão a espera da ressurreição. Podem ficar muito além de mil anos sofrendo para adquirir a consciência.
Como o mal destrói as pessoas e os espíritos. É como uma usina negra espalhando discórdia. Pai Seta Branca ama estes espíritos tentando reconquistar seus corações para trazê-los a realidade do amor incondicional.
Amar ou amor próprio. Eu tive nojo e mesmo assim fui limpar a impregnação. Eu sempre revejo o que os mentores falam e deixo meu sentido falar mais alto.
Mãe Yara contou a parábola de Jesus com um cachorro morto em estado de putrefação, onde os apóstolos desviaram pelo mau cheiro. “Que dentes lindos tem este animal”.
Esqueceram do fedor a observavam os dentes do animal.
Assim foi comigo nesta missão, esqueci do mau cheiro e fui limpar o mal na raiz.
Como é difícil para quem está contaminado pelo mal, não vê seus erros e quer que outros sigam seu destino. Cego guiando cegos.
Não consegui limpar tudo. Havia caroços milenares grudados nela. Tão grudados que se retirasse agora eu estaria amputando partes do próprio espírito.
Os olhos são como janela do coração. Acima destes olhos tem os olhos espirituais. Eu vejo por eles o que a terra não vê.
Tem muita coisa escondida no ambar da vida humana. Mesmo eu vendo o mal eu tenho que amar. Não sou santo e nem indiferente aos acontecimentos da terra, somente eu respeito cada pessoa ou espírito que cruza meu caminho. Talvez mostrando o amor eu consiga mudar o destino.
Como disse, não sou santo e nem tenho devoção para isso. Sou um missionário que as vezes fica puto da vida ao ver as incompreensões geradas pela falta de bom senso. Mas mesmo assim eu me calo, me contenho para não ferir os sentimentos. Quem vai pagar é a própria pessoa.
Eu tento ajudar. Minha base é o Cristo que deu sua vida em prol desta humanidade. Não enganem e se deixem enganar.
Aquela enorme e linda estrela está pulsando no universo. Seta Branca me levou até ela. Eu pedi para ver Jesus.
Assim é com todos que mesmo tendo respostas ainda duvidam da inteligência divina. Eu não tenho dúvidas que cada um carrega o que pediu, nada mais e nada menos. Agora pode aumentar ou diminuir sua dor. Tudo pela consciência.
Fiz minha parte. Retirei o que pude e o que não pude ela vai ter que mudar seu padrão vibratório. Não deixar que a lepra espiritual floresça na carne.
Ela ficou inerte e eu voltei para meu leito com o corpo gelado pelo frio. Senti o frio ao entrar.
Deus é perfeito em sua obra.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
03.11.2022

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!