A corte já estava emanando as bençãos deste dia de hoje. Um dia especial, diferente, atípico, porque o que aconteceu aqui foi algo inevitável, algo que não se pode explicar com palavras escritas.
Ao entrar no templo eu já vi o espirito ali preso no magnético de Seta Branca e o pai com todo aquele amor o trouxe para receber a nossa doutrina. Mas antes, um espirito de uma missionária chegou e queria dominar tudo no silencio de sua mente. Ela aproveitou a chegada do pai, mas só que suas intenções eram outras, era de colocar veneno nos corações dos jaguares. Agora eu sei quem é, e só não posso falar para não destruir um lindo caminho de fé.
Seta Branca foi afrouxando as correntes magnéticas para que este espirito milenar pudesse chegar. Isso foi após a missionária receber a voz da razão, porque muitas vezes não é o amor que liberta, mas a força vertical. Só uma coisa, desafiar a missão é o mesmo que se colocar contra o Pai, porque ele é o comandante deste sacerdócio. Eu não quero estar no pelo dela, pois os ministros de Deus estavam vendo. Por fim Ministro e Mestre Humahã veio confirmar com sua clarividência do que se tratava.
Tivemos dois desafios este dia. Por isso a corte se fez presente, porque a libertação se dá em condições especiais. O templo em sua figura simples e hieroglífica recebe os visitantes. A estrela candente desintegra os piratas do além. Mas neste caso quando o pai chegou, ele já alertou desta possibilidade de haver neste trabalho o resultado de algo muito maior que nossas cabeças pudessem imaginar.
Ele foi espiritualmente me orientando como seria este encontro. Sete doutrinadores dando sustentação ao apara. Sete forças cabalísticas diferentes para formar esta rede magnética. O cruzamento desta corrente é que formou a rede onde o espirito seria preso no trono amarelo.
Por isso eu digo, quem tem um pai como o nosso pode ficar em paz consigo mesmo. Ele sempre avisa antes para nos preparar para os adventos que estão para acontecer. A visão do além carma é que nos projeta a qualidade da mediunidade.
O espirito veio soberbo, desafiando, nos qualificou como a pior espécie deste mundo. Eu sabia que ele estava ali, pois antes de começar o ritual eu já avisei aos mestres que teríamos um trabalho pesado. Ele me desafiava porque eu o via preso nesta rede e isso nos torna diferente em cumprimento ao sacerdócio.
Estes trabalhos geralmente só acontecem pela permissão espiritual e com quem tem capacidade de absorver esta força. O aparelho é preparado para esta finalidade, porque o espirito é retirado para longe ficando somente a matéria condicionada ao rito e na firmeza do mentor. De onde o espirito da ninfa que recebeu este espirito estava, ele assistia tudo e a todos. Agora, eu também senti no meu plexo a dor da exposição, pois foi tanta energia manipulada para libertar que raspou o tacho.
Vocês nunca vão acreditar nos acontecimentos, mas Seta Branca evitou uma tragédia. Muitas mortes estavam programadas para este dia e isso passou longe dos seus filhos.
Foi muito bacana este trabalho, tendo outro aparelho dando suporte a esta incorporação. Enquanto se manipulava a força dos cavaleiros de Oxóssi o pai destravava a missão. O espirito não queria de jeito nenhum que este trabalho fosse realizado.
Tudo finalizado. O Pai deixou sua benção e com poucas palavras orientou a todos os mestres e ninfas deste amanhecer. Agradeceu pelo trabalho, antes, porém, ele me pediu espiritualmente para que o trabalho de pajé tivesse uma atenção redobrada. As energias ali manipuladas devem ser entregues no templo. Os comandantes devem se direcionar a imagem do pai e entregar com amor e muito respeito o que receberam no pajé. As energias não podem ficar alimentando o espaço vazio, elas devem ser redirecionadas ao templo.
Humahã, meu grande amigo e instrutor, veio em nosso favor. Vivemos a noite e o dia e somos parte deste cenário de acontecimentos. Cavaleiros da luz em missão do amor levaram este milenar para seu destino, o físico.
Vocês já viram um milenar encarnado, ou um milenar desencarnado! Seria a mesma coisa, o que muda é que o encarnado volta para seu corpo e o desencarnado sobe para outro plano.
Não há libertação para o milenar encarnado até que ele consiga seus intentos. A desincorporação do Pai foi assim: Ele foi se virando para a sua imagem e ali foi subindo suavemente. Ele está projetado naquela imagem do templo. Ali ele houve os pedidos e as necessidades de todos que vão à sua frente fazer suas emissões e cantos, ou dos pacientes que querem receber a cura. Eu cortei a palhinha como ele me pediu e na cestinha aos seus pés estava à disposição dos jaguares.
Adjunto Apurê
An-Selmo Rá
10.04. 2021