GRANDE CASTELO

GRANDE CASTELO
Há! Como é lindo este mundo espiritual. Não falo assim dos planos, mas da movimentação dos espíritos. A cada viagem eu me deparo com situações que me deixam extasiado na compreensão dos valores além terra. Como me disse pai João sobre minha missão ser espiritual e não tanto material. Aqui na terra sempre haverá os desencontros pela necessidade dos humanos tem em desafiar seus destinos. No mundo que trabalho não se tem tanta necessidade deste compromisso árduo, físico e material. Eu diria que está tudo conforme Deus criou.
Cheguei em um grande castelo. Estava na penumbra, sem luz, somente um candeeiro aceso que se movia entre janelas. Ele percorria pontos desta construção demonstrando ter vida. Bati palmas na grade que fechava a entrada. De repente ela se abriu e eu fui cautelosamente entrando. Aquela luz foi me direcionando a um grande salão que dava para ver somente onde ela iluminava. Entrei. Gritos, palmas, eu estava sendo recebido e acolhido como anfitrião.
Houve uma festa com muita alegria. Eu olhava e não acreditava, porque na terra estes eventos são marcados pela incerteza de bons amigos. Amigos que se distanciam quando nada mais tem a receber. Aqui não, bom, não sei ainda, porque estou vivenciando um novo caminho.
A grande fartura espiritual exposta sobre a mesa demonstrava o banquete. Era uma grande mesa de madeira preta como se fosse de imbuia. Cadeiras com encosto alto organizadas esperavam serem arrastadas.
Meu lugar estava reservado na cabeceira da mesa. Fiquei constrangido pela escolha do lugar.
A festa não me deixou encabulado porque pareciam velhos amigos de outrora.
Sentei-me e ouvia as cantorias daquele tempo. Era minha volta ao passado. Um grande castelo preso na individualidade.
Neste tempo viviam os grandes magos videntes que tinham a missão de reescrever a história dos mundos que frequentavam. Era tudo manuscrito em pergaminhos selados para a história secreta deste povo.
A gente não tem espelho para refletir a imagem que se acomoda no espírito. Ao passar a mão no meu rosto eu senti que não era eu, mas um senhor de barba branca comprida, um ancião.
Assim somos reconhecidos em nossas vidas pelas roupagens que nos representam em cada encarnação. Seria assim: minha atual aparência é desta reencarnação, mas porém, minhas outras são daquele tempo.
A festa continuava com muita alegria. Eu me lembrei das palavras do preto velho que disse sobre minha missão ser mais espiritual. Há uma pequena confusão cronológica do tempo que vivemos com o tempo existencial. Existencial espiritual é a reunião de todas as reencarnações em um único padrão. Você tem uma imagem fecundal da sua existência milenar. O que originou a sua programação humana.
Nós tivemos um caminho inicial que após isso se disseminou pela terra em outras formas. Nossa imagem hoje da personalidade pode estar distorcida da verdade, mas a da individualidade não.
Estamos fazendo mutações inconscientes de nós mesmos.
Seria até doidice ver por esta ótica. É simplesmente conhecer na realidade o seu roteiro.
Quem somos nós!
Missão espiritual é ter amplo espaço existencial. A terra tem seus bloqueios para que se cumpra o roteiro carmico. Já no invisível plano as consequências são da responsabilidade.
A festa foi maravilhosa, mas o tempo é diferente entre os mundos. Na terra os efeitos cobram da vida a consciência de não saber o final de sua história. Já aqui a história não se repete, se amplia.
Estou de volta a minha amada terra das velhas histórias de um povo que ascendeu sua fogueira para afastar as grandes feras.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
14.03 2024

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!