MITO OU VERDADE

MITO OU VERDADE
Eu fui levado a um lugar que se diziam desmitificafores dos profetas. Um lugar muito chique e rico em detalhes. Era um prédio alto com vidros fumê. Ao chegar eu vi como um programa de auditório onde os espectadores assistiam ao longe.
Este renomado cientista convidava quem sobressaía na mídia e lá debulhava em perguntas para saber a verdade ou pegar no pulo do gato.
Era uma coisa demoníaca ser referendado como impostor ou ser aplaudido como salvador. Naquele instante eu lembrei de Jesus sendo humilhado em frente ao imperador. Ali foi o pior julgamento que ele sofreu. A morte na cruz foi um alívio diante da manifestação das autoridades.
Eu tive que sentar em uma poltrona bege com ilustração marrom avermelhada. Um tecido tão bonito feito com pele de animal. Não sei descrever se era couro ou o que. Tinha pelos dando maciez.
Enfim chegou minha hora. Tudo preparado para o abate. Me conduziram para o grande auditório. Eu fiquei em silêncio.
_ Senhores e senhoras! Estamos diante de um historiador que têm escrito milhares de contos! Estamos acompanhando suas mais de sete mil histórias! Agora vamos descobrir quem é ele!
Eu me afundei na poltrona. Senti o ferrão da vespa.
Começou a gincana. As perguntas vinham da boca deste cientista e também as que enviavam pelos aparelhos. Que doideira foi aquela.
Eu mentalizava meus tutores e via que estava por conta e risco jogado na arena com milhares de hienas esperando a sua hora.
Foi um pavor estar sendo execrado só por narrar os contatos entre o céu e a terra. Tortura, humilhação.
Enfim abriu uma brecha neste purgatório. A única coisa plausível que falei foi:
_ o doutor poderia experimentar e não criticar o que desconhece!
Eu lancei um desafio e senti abafar a euforia. Tudo silenciou. O homem com um sorriso amarelo calou-se. Como ele poderia fazer esta apresentação sem ter experimentado a verdade.
A verdade, somente a verdade. E olha que foi só isso que falei. Acabou ali esta tentativa de desmistificar o improvável. Pessoas céticas pelo orgulho que não querem enxergar.
Eu saí como entrei. Só que desta vez não me saíram pela porta dos fundos, pois seria a pior humilhação para a ciência extra-fisica.
Voltei voando baixo e chegando aqui não me contive em levantar para contar.
Jaguares, filhos de Seta Branca. A verdade está sendo cobrada de forma indireta pelos canais da mídia. Eu não sei onde era este lugar, se era na terra ou no espiritual.
Para mim foi inusitado passar pelo crivo do fogo e da água. Igual ferro em brasa que vai sendo moldado e depois jogado no tanque de água fria para endurecer a moldura.
Nossa, que provação difícil. Eu agora vi que estão observando as nossas reações em mundos conhecidos e desconhecidos. É como uma prova da nossa cultura. Quem tem se defende e quem não tem é ridicularizado.
Tem tantas coisas que ficaram gravadas na memória espiritual que não caberia em mil palavras. Conto assim por cima o vexame que queriam promover em meu nome. Só que eu inverti o ônus da prova e agora este cientista vai ter que se submeter ao desafio para não ser desacreditado.
O pai Seta Branca falou uma coisa bacana: na hora certa as palavras viriam. Assim eu confiei nele e ele me induziu a contradizer no show.
Temos que ter a esperteza do conhecimento e saber aplicar na hora certa. Sem medo, mas com coragem de se calar para não ser vulgarizado.
O jaguar é um bicho esperto e vai superar as pendengas de forma elegante.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
21.04.2022

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!