QUATRO REIS

Vamos cada dia e cada noite nos aprofundando nos caminhos dos espíritos. Nesta viagem, me foi possível descer a um mundo esquecido onde quatro reis imperam com grandes gargalhadas e mesa farta formada pelos seus escravos.

 Estavam sem camisa e dava para ver que eram bem gordos, sentados, sem fazer força estimulavam com ordens diretas aos seus subordinados. Façam isso, façam aquilo. Eu fiquei ao longe, não me atrevi chegar mais perto, porque eles não veem, mas sentem nosso cheiro. O ectoplasma humano impregnado no nosso espirito promove um odor peculiar que nos identifica.

O que mais me deixou apreensivo é que eles comandam um grande exercito de soldados dispostos a tudo para não quebrar a hierarquia. Lá também tem hierarquia e graduações. O que difere de outros comandos é que eles têm as suas respectivas qualificações de marcar os seus comandados.

Eu ouvia as gargalhadas. Haviam outros mais graduados, maior em hierarquia que não estavam ali misturados. É um exército do mal para o mal. De repente comecei a sentir um frio horripilante que me trouxe de volta. Eu estava sem cobertas no físico e acho que foi pelo motivo de me debater na cama.

Os caminhos são impregnados de conhecimento. Para se chegar ao início de tudo devemos regredir no tempo e no espaço de nossas vidas. Ir lá atrás e vir formando o nosso rosário de amor. Quem cultua Deus não pode cultuar o outro lado, o oposto a ele. Assim como temos dois canais verticalizados sobre nossos ombros, direito e esquerdo, nós somos uma parte deste convívio. Positivo e negativo. Duas mãos que se entrelaçam como promessas de amor e ódio. Que sua mão direita cumprimento a sua esquerda.

Este reinado é absolutamente incompatível com nossa missão. Eles enviam seus asseclas para os templos para adquirir energia ectoplasmática e levar para eles como um banquete. Um templo em harmonia dificilmente abre suas portas para este povo, eles ficam do lado de fora e não entram de forma alguma, pois a legião não os deixa entrar.

Quando consegue furar o bloqueio aí começam a dividir o povo de Seta Branca. Eles subtraem as energias pelos desencontros onde gera a raiva, as brigas, os desencontros. Sempre vão pegar um mestre ou uma ninfa que está sem sintonia, está com sua guarda aberta. Quando conseguem se impregnar naquele coração o mestre ou ninfa fazem uma diferenciação entre seu próprio grupo e saem cuspindo fogo pelas ventas.

A calma promove o raciocínio lógico e ao elevarmos nossos pensamentos a Deus, a Jesus e ao Pai Seta Branca um sistema inteiro desce para acompanhar o enredo das vidas mal vividas. Lembrem-se que nós somos aquilo que promovemos, que transparecemos.

As nossas confusões cármicas não alteram o destino desta corrente. Na terra separam as cabeças, mas no céu os mentores continuam assistindo com muito amor e consciência.

A verdade meus irmãos, é que ninguém aqui neste sacerdócio entendeu a si mesmo e procura querer entender os conflitos do seu irmão. Cada qual deve mover a sua engrenagem e não burlar seus domínios com intenções de denegrir a imagem do próximo. Sejam missionários e não cultivadores da dor.

Quem ama respeita. Quem respeita sofre as amarguras como punhais afiados rasgando a carne.

Os quatro reis que não saem de suas cavernas nestes submundos sem luz. Ali vivem e ali viverão até que o céu desça sobre este mundo atormentado.

Salve Deus!

Adjunto Apurê

An-Selmo Rá

06.06.2021

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!