RODOVIÁRIA INTERPLANETÁRIA
Os costumes são marcas de cada passagem que adquirimos nestas andanças de um mundo para outro. Há uma grande diferença entre os planos habitáveis que percorremos. Exemplo: ao nascer nesta terra nossos espíritos terão que assimilar uma nova estrutura de vida. Biologicamente terão que se adaptar para usar um novo padrão existêncial.
Ao chegar nesta rodoviária interplanetária eu esqueci como é a vida de um espírito transportado deste plano denso. Foi difícil ter que reavaliar minha condição e aceitar os valores espirituais onde não tem um corpo físico para refletir desejos. Os desejos estão impregnados no físico. Eu ainda carregava sensações da necessidade de se alimentar, de usar banheiro, de coisas da terra mesmo. Eu procurava nesta rodoviária este ponto obscuro mental.
Foi aí que parei e pensei: se eu estou livre das amarras da terra estas necessidades são orgânicas e aqui não reagem ao padrão material.
Mesmo assim colocando em meu pensamento eu ainda sentia necessidade de algo que faltava. Acho que por ainda estar ligado ao físico as reações me acompanhavam.
Consciência, sim, tudo é uma questão de saber onde está, porque está e como reagirá. Na terra é a mesma coisa. Somos regidos pela ações e reações desta vida.
Em cada plano que eu vou são comportamentos diferentes. Por isso que nesta viagem eu refleti muito sobre a necessidade de se atualizar para não se sentir como uma peça descartada.
Fui conhecer e este grande complexo não tinha fim. Em cada ramal havia espíritos transitando. Era, como posso dizer, uma massa invisível se deslocando pelo pensamento. Tudo é feito pelo pensamento, por isso meu pensamento ainda estava preso a minha encarnação.
É como renascer. Sair de uma velha condição e assumir uma nova sabendo que estamos pulando entre as faixas em busca das nossas raízes.
Incrível como desconhecemos a nossa existência. Vivemos como escravos de uma condição e sofremos a dor da reparação.
Sentei num entreposto e olhava para o universo de uma pequena escotilha. As estrelas brilhavam dando flash de suas existências. Cada uma parecia ter vida escondida que se comunicavam entre si. O interplano é tão escuro quanto ao céu sem o sol. Somente há luz nestes lugares que transitam os espíritos em seus deslocamentos.
Adaptação. Aqui foi uma luta para se adaptar a terra. Nós tivemos que adquirir uma nova consciência física. E quando voltarmos desta pequena viagem teremos que novamente readaptar nossos sentidos. Apesar de termos uma idade milenar somos ainda muito jovens na contagem do tempo. Já fizeram os cálculos de quantos anos seus espíritos têm!
O processo carmico é muito doloroso para quem não tem consciência e a dor faz um grande papel de reeducar o espírito.
Desejo que vocês se descubram nesta doutrina porque ela é a grande porta da sabedoria. Sem ela todos estariam apagados. Seriam os mesmos a percorrer sem se conhecer.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
10.03.2024
