COROA

COROA
Cadê as suas coroas!
Apesar de ter muitas coroas nenhuma delas me pertencia.
Eu não vim para ser rei, mas súdito de um caminho. Vim para ensinar as maravilhas de um segredo milenar.
Ao passar pela multidão aqueles espíritos se curvaram como nos velhos tempos que não voltam mais. Apesar de voltarem no sentido profético carmico são tempos vagos que ficaram marcas irreparáveis no destino. Há, como eu queria voltar e refazer tudo diferente. Sei que hoje com este conhecimento eu posso voltar espiritualmente no meu passado, mas não é legitimamente o exercício de uma vida terrestre. São ilustrações que marcaram a existência de uma coroa. Desde o Egito que elas não me abandonaram e cada encarnação eu vesti o sentido profético: quem nasce para ser rei jamais será súdito.
Um erro atrás do outro. Um imperador derrotado pela vida que não foi vencida.
Ao chegar neste lado das verdades escondidas que se tornam inverdades a luz do dia eu me ajoelhei diante deste povo de uma corte esquecida. Um rei sem trono. É por isso que hoje troquei as minhas coroas pelo conhecimento de tudo que é bom nos liberta do mal.
Aquele povo estava acostumado a viver nesta vida cega e acharam estranho um rei se curvar aos súditos. Foram pegos de surpresa e sem saberem ou terem esclarecimento desta mudança ficaram perdidos. Se olhavam sem entender esta transformação.
O que seria melhor: ter uma coroa ou ter conhecimento e ser reconhecido pelos meus atos.
Eu fui de um por um e os levantava do chão árido como que libertando da velha tradição. Ao sentirem que estavam se libertando eles sorriam como crianças.
Eu fiquei feliz. Muitas coroas foram atiradas ao chão. Muitas que ainda representam um reinado de sofrimento e dor que não deixam o encarnado caminhar. As velhas estradas se transformando nas mais novas ilustrações que é a libertação.
Dos velhos contemporâneos até a nova era é como um pulo no escuro. Você não sabe o que pediu e cumprirá rigorosamente seu destino. Agora temos respostas dos nossos compromissos que transitam pela eterna vida.
Ao levanta-los eu senti a libertação do meu espírito. Não foi julgamento, foi a realidade do passado preso ao meu presente. Agora eu posso decidir como será o meu futuro.
Saber viver nesta guerra de interesses. Saber escolher o caminho mais curto em relação ao que podemos fazer para nos melhorar.
Aquela corte ainda me esperava. Quanto tempo na minha existência de um encarnado sem a luz da verdade. Troquei minha existência pela experiência de um reinado.
Agora eu vejo as luzes do céu. Agora eu vejo um céu bem pertinho da minha alma.
“Estão todos libertos”.
Neste momento ninguém sabia o que fazer. Se entreolhavam e perdidos ainda precisavam de uma liderança. Eu não sou rei, mas súdito de um caminho de conhecimento.
As minhas encarnações sempre foram marcadas por episódios de grande merecimento terreno. Artur de Lancelote. Ali foi criado a estrutura dos cavaleiros da rábula redonda.
E assim uma vida de conquistas sem o prazer de responder pela história. Hoje eu respondo pela minha história, meu passado. Muitos estavam lá comigo.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
27.12.2023

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