TAMBORES DE ANGOLA
Eu escuto os tambores que foram usados para libertar e não aprisionar. Para se comunicar levando a mensagem dos nagôs chamando para uma reunião, uma festa ou sabe Deus o que mais.
Eu estive na casa de uma família e na mesa de jantar os tambores começaram a tocar. Eu ouvia com clareza os atabaques em ritmo acelerado invocando forças diversas. Ali eu vi uma armadilha formada separando o missionário da missão. Quanto mais eu escutava mais minhas mãos batiam na mesa respondendo ao chamado, contradizer, responder de forma negativa. Negativa na forma de separar as forças positivas das negativas.
Ali se criou uma rede de manifestações doentias que vai causar sequelas irreparáveis na mediunidade. Estas forças estão agindo de acordo com o pacto firmado para desistir da verdade. O tempo urge chamando no interoceptivel as mentes adormecidas pela incompreensão. Reajam, reajam.
A terra é um grande cemitério a céu aberto. Os corpos são habitados pelos espíritos que devem ter uma meta estabelecida para continuarem caminhando. Caminhar não quer dizer ficar esperando que alguém puxe a corda. Faça a tua parte para que Deus haja na individualidade. A personalidade é como uma planta. Ela tem vida útil. Dependendo como é cultivada pode durar por muito tempo, mas se faltar a essência ela seca. Assim somos nós, sem a essência divina nos tornamos prisioneiros de nós mesmos. A luta do espírito contra a matéria leva a morte. Os dois passam a serem inimigos. Aqui no templo, voz direta, eu vejo a briga travada entre o espírito e a alma. Só por Deus. É algo desproporcional ver um quadro de desarmonia dentro de um ser que era pra ser feliz e acaba se tornando uma alma perdida, vagando sem rumo e sem direção.
Vejo a fé se tornando cobrança. Muita fé materialmente.
Assim os tambores não respiravam. Não havia tréguas e sim um desafio, matar para viver.
Eu fui ter com pai João de Angola. Fui receber instruções para acalmar estes atabaques e recebi a resposta: cada um tem que fazer a sua parte. Não esperar pelos outros. Ter amor próprio e saber distinguir a verdade.
Eu ouvia quase surdo pelo intenso barulho. Espíritos sendo conduzidos pelo som que ultrapassava as barreiras sentimentais.
Acordem para vossas missões antes que seja tarde demais. Depois que os dois pés saíram da terra nada se pode fazer.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
23.11.2023
