VISITA

VISITA
Enquanto o carro sulcava o asfalto mais distante ficavam nossos pensamentos. Ao chegar no destino entre cumprimentos e abraços mais uma missão se correspondeu no grande livro do destino. Entregamos a nossa joia dentro de uma caixa de metal e nos recolhemos para descansar.
No primeiro impacto forçaram a porta e eu senti meus pés encolherem no leito de adormecer. Fomos visitados, alguém chegou na porta. Eu estava muito cansado para reagir e não prolonguei esta recepção. Ele não entrou, acho que só queria saber quem éramos nós. Um vigia, uma alma.
Ao não entrar ficou rondando a casa que nos hospedava. Eu estava em outra situação cuidando dos laços que se estreitavam na condução dos valores primordiais.
Na chegada abrindo a dimensão um grande salão medieval. Um castelo visto de dentro pra fora com aquela família trancada em seu interior. Estavam todos de camisolões brancos em volta de uma mesa rústica com inscrições talhadas em alto relevo.
Rei, sim, um rei que se trancou no seu coração. Ele conduzia sua família com punhos de ferro. Seu povo nem pensar, não os conhecia. No alto, ao som das trombetas, tudo era anunciado e a noite as velas acesas davam o brilho as paredes.
Eu me assustei ao ver esta imagem. Um povo diferente, estranho, que a muitos séculos se arrastam entre as encarnações. A vida se perpetua na condição da involução. Nada daquilo permaneceu no caminho. A perca dos valores materiais ficaram somente nas lembranças. Sonhos de prosperidade. Enquanto isso a terra segue seu destino levando seus tripulantes para o infinito cosmo e ninguém sabe onde irá desembarcar.
Se a terra girar para trás, anti-horário, não irá modificar o passado. Se não houver os dutos de nada valerá o futuro.
Sensacional, fora dos padrões existenciais, mas dentro de uma exposição milenar.
No primeiro impacto fomos alternando a visão emocional para a razão coletiva. Sem envolvimento carmico fica mais fácil distinguir os atores deste palco no astral.
Chegamos. Entregamos. Logo Voltaremos. A vida em dois planos se diferencia pelos valores de cada grupo. A reunião e união se dá pelas juras transcendentais. Esquecem-se os conflitos e passam a reagir em conformidade aos projetos arquitetados.
No alto da montanha o castelo se sobressaía. No alpendre a donzela percorria revendo as imagens riscadas como encanto de uma transcendência.
Estou aqui ainda. Estou longe de minha base, mas espiritualmente estou junto com todos.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
31.03.2023

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!