TRAUMA

TRAUMA
Como foi triste esta missão de resgate de uma família destruída. Duas crianças foram separadas pela separação dos pais.
Um rapaz e uma menina quase da mesma idade vieram espiritualmente me pedir ajuda. Não moram juntos, mas a culpa desta história foi uma injustiça causada pela interferência desumana de terceiro.
A mulher se apaixonou por outro homem e jogou na sarjeta seus amados. O pai das crianças não sabia da doação dos filhos. No desespero de ter sido traído ele seguiu sua vida. A mulher sofreu um baque quando seu amante falou que não os queria junto. Eram filhos de outro homem e por isso deveria abandona-los.
Ela entregou seus filhos ao destino, ao mercado negro, sim, pois uma nuvem fechou o círculo.
Ela era uma jovem muito bonita e desejada pela sua beleza. Mas tudo que aconteceu arrebentou a corda com este outro homem ciumento. O ciúmes maltratou a mulher que sofreu as consequências de sua atitude. Foi abandonada também. Seria até uma trilogia se não fosse verdade. Mãe, pai e filhos.
Ao os dois jovens se reencontrarem no plano universal eles souberam que haveria uma chance de reunificar os laços desunidos. Eu fui fazer esta missão. Encontrei o pai e a mãe. A mãe ficou fora do círculo esotérico. Ao o pai reencontrar seus filhos foi algo tão emocionante, pois ele chorava sem parar. Abraçava os filhos gritando: meu Deus, meus filhos! Meus amores! Eu os reencontrei!
A mulher era muito fria, pois o sofrimento fez gelar seu coração. Sentada na antessala não esboçou nenhum sentimento de mãe. Eu não poderia unir assim, o calor do amor com o frio do desamor.
Enquanto os três se abraçavam eu fui doutrinar a mulher mãe. Ela escutava os três, mas não queria dar o braço a torcer. Eu fui entrando psicologicamente no seu coração amenizando a sua tristeza. Foi como bater em uma parede de pedra. Como diz: pedra dura, água mole, tanto bate que até fura.
Ela não queria ouvir palavras e eu não falava nada, somente agia emanando e curando.
A sua alma estava muito triste, arrebentada. Aos poucos fui jogando energia para apaziguar a sua revolta enquanto os três rolavam de alegria. Não foi fácil gerenciar este reencontro. A mulher aos poucos foi ouvindo a alegria na outra sala e seu coração foi amolecendo. Já esboçava um leve sorriso pelas palhaçadas dos três.
Eu comecei a ver gradualmente a mudança, mas não sabia se aceitariam uma nova oportunidade de convivência.
Enfim. Vieram os três onde a mãe estava sentada. Se ajoelharam aos seus pés e pediram perdão. A mãe se sentiu ainda mais culpada. O amor não havia tocado seu eu. Mesmo invertendo as culpas ela queria fugir dali com vergonha. Ela estava magnetizada e não tinha forças para sair.
Horas se passaram e tudo parecia continuar na mesma situação. Eu havia pedido para eles terem cautela e serem o amor da libertação que iria reunificar.
Libertar as consequências de uma vida dividida. Ao girar em volta dela com uma velha cantiga de família a mulher ascendeu o amor. O remédio estava fazendo efeito.
Até que enfim, para encurtar esta história, eles se abraçaram como família. Eu os deixei lá com muita alegria. Foi um reencontro fora das amarras da terra.
Espero que nada mais os atrapalhem. Agora é pela terra, mas o destino irá cuidar de aproximar todos. As duas crianças fizeram este papel. Ele com 12 e ela com 13 anos. Jovens ainda.
Eu aprendi mais um pouco sobre os laços que unificam o amor.
Fiz a minha parte bem ou mal, mas fiz seguindo a minha consciência. Consegui doutrinar vários corações em um só momento. Agora não havia mais culpados, havia esperança.
Ao voltar para terra eu não conseguia me reencontrar comigo mesmo. Não estava no meu leito, estava em outro endereço. Estava na casa de minha filha. Só fui lembrar quando não encontrei meu físico. Rapidinho fechei minha individualidade e cheguei aqui.
Que susto!
Pensei ter perdido meu corpo físico.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
21.03.2023

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!