ASTRAL

ASTRAL
Era como um grande e calmo lago. Ou uma planície alagada que não se movimentava, estava estagnada. Eu cheguei de cima flutuando encostei meu pé e uma onda se formou indo pra longe. Assim é com nossa missão que fica travada no plexo. Se não houver uma descarga elétrica ele perde a ignição e para de funcionar. Eu flutuava naquela imensidão. Seria um destino ou um aviso, não sei, mas o destino sempre acusa os autores em suas aceitações.
Flutuei, não me movia, estava como um barco a deriva sem vela e sem vento. O vento não soprava, não podia ficar desamparado naquele mundo cinzento. Meu grito ficou entalado no pensamento, ninguém me ouvia, eu me ouvia.
Discretamente eu fui distanciando deste campo de um mundo indiferente. Não, a morte não tem voz e nem anuncia nas trombetas. Silenciosamente chega, carrega e vai embora arrastando a vaidade e humildade, não mede consequências e sim juramentos.
O grande lago é como um imenso imã que traga os destinos.
Voltei.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
01.01.2023

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!