INIMIGOS MORTAIS
Ao sair da couraça nós estamos livres para exercitar nossa fé em nós mesmos. Não adianta o homem viver discutindo palavras que não são verdadeiras.
Eu fui resolver um problema de ordem familiar. Chegando lá eram pai e filho, velhos conterrâneos que foram inimigos por várias encarnações. Novamente vieram nesta de novo para tentarem se acertar de uma vez.
O embate começou. O pai recebeu seu inimigo e este começou cegamente estimular o ódio. Desavenças, descrença, dor. O final desta história seria mais uma dívida carmica.
Não existe amor onde a dor está presente. Me desculpem os céticos, mas não existe perdão para nós pobres senhores do engenho velho. Pode existir consciência de não ferir o físico pelas leis que protegem os encarnados, mas nada impede aos espíritos de se odiarem eternamente.
Aqui mesmo na terra eu tenho visto juras de amor. Casamentos pomposos que arrastam a grinalda pelo chão que vão resumir na vinda dos reencontros.
Ao chegar neste lar o pai e o filho estavam se ferindo um ao outro. O rapaz agora tinha uns 15 anos. O pai queria o melhor para seu filho, mas ele não aceitava e não acatava suas ordens.
O inimigo agora estava de novo dentro dos laços familiares.
Fiz o que tinha que fazer. Manipulei em suas cabeças a energia do amor. O filho saiu correndo pra fora e o pai se aquietou no sofá emburrado.
Vocês sabem que a energia do ódio fede. Parece um cheiro de óleo queimado. Assim este ambiente estava exalando esta energia. Ao manipular a energia do amor o fedor foi saindo e o cheiro de lírios do campo foi entrando. Paz, amor e tranquilidade. Tudo calmo eu já poderia voltar. O rapaz sentado na varanda agora com seu semblante mais calmo ficou pensativo. Queria pedir perdão ao pai, mas seu espírito não aceitava. Ele queria vingança.
Vim embora.
Que Deus ilumine estas consciências.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An-Selmo Rá
29.10.2021

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!