FALANGE MISSIONÁRIA
JAÇANÃS
Quando em Delfos, Pitya
escolhia jovens, cujos maridos estavam nas guerras, para auxiliá-la
em sua missão. Eram as Yuricys - Flores do Campo -, que socorriam
os combatentes nas planícies macedônica e peloponense.
Todavia, como não incorporavam nem profetizavam, Pitya recomendou
que fossem preparadas as Muruaicys e Jaçanãs, moças
fugidas do assalto de tropas mercenárias, que teriam a missão
de fazer as profecias no Templo de Apolo. Assim surgiram as Missionárias
Jaçanãs, que na Linha Dharman Oxinto, trabalham nas
Iniciações, preparando os Mestres que vão para
os salões iniciáticos, e na Cruz do Caminho, colocando
as morsas nos Mestres e Ninfas Sol. A Primeira Jaçanã,
Ninfa Lua Dulce, considera como missão maior estar no Turigano
todos os domingos, a serviço do Oráculo de Yemanjá,
dizendo que “a própria existência da falange está
ligada à grandeza e ao objetivo deste trabalho”. A Primeira
Jaçanã é a Ninfa Lua Dulce, tendo como Adjunto
de Apoio o Adjunto Trino Tapuy, Mestre Ferreira, sendo os prefixos
Cebele e Cebele-Ra.
CANTO DAS JAÇANÃS:
Ó, JESUS, É
A MINHA HORA! JESUS! O CANTO DA JAÇANÃ, QUE MIL VEZES
TE PEÇO A PERSEVERANÇA DO HOMEM DA MINHA TRIBO, QUE
ME DESTE NA FORÇA ABSOLUTA QUE VEM DE DEUS PAI TODO PODEROSO,
O PODER DO FOGO E DA ÁGUA! ESPERAM, JESUS QUERIDO, DE MIM ESTA
SIMPLICIDADE. Ó, SIMIROMBA MEU PAI! QUE FORÇAS RESPLAN-DESCENTES
NOS DOMINEM E NOS CONDUZAM AOS GRANDES FENÔMENOS QUE NO MUNDO
NOS ESPERAM. Ó, FORÇA ABENÇOADA DE DEUS! QUE
EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO. SALVE DEUS!
· “As Jaçanãs
também acompanhavam Pytia, pelo mesmo destino das Yuricys,
porém com outra especialidade. Caminhavam mais longe e eram
cheias de estratégias, sempre para o bem. Faziam lindos trabalhos,
acodiam aquela gente... Porém, como as Yuricys, se empolgavam
naqueles reinados e muitas vezes perdiam suas missões!”
(Tia Neiva, s/d)
JAGUAR
O Jaguar, assim chamado
o médium do Amanhecer porque porta a força da Terra,
é burilado, por seu trabalho na Lei do Auxílio, como
uma pedra tosca que se transforma em fulgurante diamante, tornando-se
uma espada viva e resplandecente a brilhar por todo o Universo, mestre
da manipulação mediúnica, preparado para libertar
da orbe terrestre um grande número de espíritos sofredores
e para evoluir a Humanidade, preparando-a para a Nova Era. Sempre
atento, sempre alerta, é a força viva da Doutrina do
Amanhecer. Aqui, aprendemos a amar ao próximo como a nós
mesmos, respeitando a vida de cada um, sem julgamentos e sem preconceitos,
na certeza de que aquele que cumpre suas obrigações
com as pessoas que o cercam, que tem um comportamento harmonizado,
dentro da conduta doutrinária, com amor em seu coração,
se sentirá feliz e realizado. Todavia, aquele que não
assimila os ensinamentos, vivendo no mau-humor, inconformado e revoltado,
mergulhado na inveja e no ciúme, emitindo baixas vibrações,
incomodando todos com suas queixas e agressões, certamente
não se realizará nesta Corrente, pois que Doutrina poderá
existir nele? Por isso temos que ter presente, em nossas mentes, que
“muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos”,
pois nem todos que estão na Doutrina são Jaguares, nem
todos os Jaguares estão na Doutrina, isto é, os Jaguares
são cerca de trinta mil espíritos que vieram de Capela
(*), em missão redentora, para a Terra. Aqui haviam sido formadas
as civilizações Equitumans (*) e Tumuchys (*), por espíritos
encarnados que eram verdadeiros deuses. Reencarnaram como Jaguares.
Construíram cidades e monumentos, transmutaram metais e usaram
uma espécie de pincel atômico com que esculpiam com perfeição
os mais duros metais e as pedras, ao mesmo tempo que emanavam estes
materiais com poderosa energia. Mas foram decaindo e perdendo seus
poderes, de tal forma assimilando o Mal e se afastando do Bem que
chegaram a Esparta, onde a encruzilhada final se apresentou: ou a
retomada de uma jornada evolutiva ou a destruição total
e final daqueles espíritos. Alguns não tiveram mais
oportunidade, e foram desintegrados. Mas a maioria começou
sua recuperação, lenta e sofrida, através dos
séculos e de muitas civilizações, retomando o
caminho de volta às suas origens - Capela. Quando em uma encarnação,
sob a liderança de Oxalá (*), que recebeu o título
de Jaguar por sua valentia e poder, um grupo desses espíritos
já estava bem adiantado, formando as civilizações
das Américas e do Egito, tendo florescido o progresso espiritual
em Omeyocan (*) e na Ásia e na África. Mais tarde, na
era das grandes descobertas, aconteceria, na civilização
Inca, no Peru, a última reunião de Jaguares com a presença
física de Oxalá, então como Pai Seta Branca (*),
liderando espíritos que hoje nos iluminam como Grandes Ministros
de Deus - Janatã, Ypuena e outros. Assim muitos evoluíram
rapidamente, e passaram a ajudar seus irmãos nesta longa subida.
Por último, já no Brasil Colônia, tivemos o fenômeno
do Africanismo (*), com Pai João de Enoque e Pai Zé
Pedro liderando a falange de espíritos de Jaguares que, junto
com as Princesas e outros espíritos que vieram se purificar
na escravidão, trabalham conosco, como Pretos Velhos, nos ajudando
a percorrer nosso caminho de volta, por nossa dedicação
na Lei do Auxílio. Nossa trajetória cobre toda a História
da Civilização, e aqui estamos, mais uma vez reunidos,
na transição para a Nova Era. Pelo livre arbítrio
caímos, pelo livre arbítrio temos que nos erguer, caminhar
e chegar ao nosso destino. Contamos com a imensa ajuda daqueles que
já se libertaram da Terra, e no amor incondicional permanecem
junto a nós, como Mentores Iluminados, nos guiando na difícil
marcha. Nossa união foi feita por Tia Neiva, nesta última
etapa, trazendo até os Jaguares remanescentes a Luz da Doutrina,
a Nova Estrada do Caminheiro, o Caminho de Jesus. Revivendo Cristo,
Tia Neiva buscou colocar no coração ainda selvagem de
cada um de nós a Chama da Vida, alimentando nosso espírito
com amor, tolerância e humildade. Portando as forças
das 21 Estrelas, com seu desenvolvimento e conduta doutrinária,
com poderes para manipular forças extra-etéricas, profundo
conhecedor das leis universais, o Jaguar preparado é seguro
de sua missão, sabe decidir o quê, como e quando fazer,
e não precisa de exteriorizações e nem de se
justificar a ninguém. Junto aos espíritos dos Jaguares,
muitos vieram, de outras origens, porém participando dessa
Luz, desses ensinamentos, e, embora não sejam Jaguares em espírito,
se tornaram Jaguares pela força de seu amor e pela dedicação
às suas missões. De acordo com seu merecimento e pela
grandeza de suas ações, Jaguares ou não receberão
suas recompensas da Espiritualidade Maior, na força do Amor
Universal de Deus Pai Todo Poderoso!
· “Dias luminosos,
de grandes acontecimentos e manifestações, estão
se aproximando de nós, a velha tribo Espartana. Conservando
a nossa individualidade, vamos, unidos em um só pensamento,
por este Universo tão perfeito, impregnando o amor, a fé
e a humildade de espírito em todos os instantes. Somos Magos
do Evangelho e, como espadas luminosas, vamos transformando e ensinando,
com nossa força e conhecimento, àqueles que necessitam
de esclarecimento. É somente pela força do Jaguar, nesta
Doutrina do Amanhecer, e na dedicação constante de nossas
vidas por amor que podemos manipular as energias e transformar o ódio,
a calúnia e a inveja em amor e humildade nos corações
doentes de espíritos que permanecem no erro. Quantos se perdem
por falta de conhecimento e por não terem a sua Lei. Nós
temos a nossa Lei, que é o Amor e o Espírito da Verdade.
Vamos amar e, na simplicidade de nosso coração, distribuir
tudo o que recebemos, na Lei do Auxílio, aos nossos semelhantes.
Somente a vontade de Deus nos tem permitido afirmações
tão claras nesta passagem para o Terceiro Milênio. Somos
a força do Sol e da Lua; somos um povo esclarecido e temos,
em nosso íntimo, o Amor e o Espírito da Verdade. Temos
o poder em nossas mãos e assumimos o compromisso de fazer de
nossa missão o nosso sacerdócio, pleno de amor - o pão
que alimenta nossos espíritos e nos dá a vida é
a força doutrinária. Temos o poder mas, para sermos
úteis e eficientes, é preciso que tenhamos equilibrada
e firme a nossa mente e cultivemos a humildade. Vamos levar mais a
sério o nosso compromisso e busquemos sempre, em nossas origens
e em nossas heranças, a energia e a segurança, para
que possamos seguir com perfeição a trajetória
que escolhemos quando assumimos vir a este Planeta para redimir as
nossas culpas e débitos contraídos em outras encarnações.(...)
O Homem equilibrado é a Presença Divina na Terra, realizando,
com sua mente sábia, uma constante conjunção
de dois planos, levando sua vida na simplicidade e disponibilidade,
a iluminar com seu trabalho espiritual constante. (...) Com nosso
trabalho espiritual podemos nos evoluir e dar tudo de nós.
É curando as dores de nossos irmãos que curamos as nossas
dores e sofrimentos.” (Tia Neiva, Carta Aberta n. 7, 9.4.78)
· “Aqui temos
a demonstração do verdadeiro significado da mente sobre
o extrasensorial. Governamos a mente e as emoções, alteramos,
revolucionamos e modificamos as chamas vitais. Sim, filho, já
nos desenvolvemos através das sete Raízes. Tudo isto
parece muito distante de teu alcance. A realidade é o Jaguar,
que está trazendo para mais perto a visão de um quadro
total. O Jaguar, o Homem que foi individualizado em dezenove encarnações.”
(Tia Neiva, 21.11.81)
JAGUAR KOATAY 108
· “O Jaguar
Koatay 108 é força mercenária, tem amplos poderes
para assumir a presidência de um Templo, desde que seja assistido
por um Adjunto, ou melhor, na conduta doutrinária do seu Ministro
Adjunto. O Jaguar Koatay 108, em sua individualidade, é uma
força giradora e, em sua procedência, é uma força
geradora. Deve atuar na linha doutrinária. Não tem Ministro.
Porém, em vez, por Deus, receberá, em sua consagração,
um Cavaleiro da Legião do Divino Mestre Lázaro. Não
é ligado a nenhum Adjunto. No entanto, deve se sentir na obrigação
de atendê-lo, mirando as suas conveniências. Sim, porque
nesta Doutrina tudo se faz por amor! Sua hierarquia vem do Trino Triada.
Um Sétimo Raio Adjuração e um Jaguar Koatay 108
têm forças diferentes. Nem mais, nem menos. São
atribuições diferentes. Um Jaguar Koatay 108 tem padrinho
e uma madrinha. Terá seis Sextos Raios Adjuração
somente se se colocar em um Adjunto. Então ele poderá
partir com seus Sextos Raios. Nesta condição ele terá
oportunidade de se desenvolver, também, com as atribuições
dos Sétimos Raios Adjuração, como Jaguar Koatay
108 Randyê Adjuração. Partirá com -0-0-
em Cristo Jesus. Este mestre deve constar das escalas porque, sendo
hierarquia do Trino e sendo preparado para um eventual Templo, deve
também ser instruído pelos Mestres Trinos. Vamos trabalhar
para que todos os Adjuntos possam ter um Jaguar Koatay 108. Apenas
este Cavaleiro Koatay 108 poderá partir com -X- se estiver
em favor de um Adjunto, com -0-0= (= quer dizer “em favor”)”
(Tia Neiva, 18.4.80)
· “Qualquer
atitude do homem na faixa vibratória de evolução
é válida, porque estamos em um mundo onde se confundem
as sombras e as claridades. Todos os males da vida concorrem para
o nosso aperfeiçoamento, sobre o efeito de todos esses ensinamentos
e, pela dor, pela prova e pela humilhação, desprendemo-nos,
lentamente, para a vida eterna. Vivemos no meio de uma multidão
invisível, que assiste, silenciosamente, a lógica desta
nossa Doutrina, nos dando segurança e nos facilitando a conduta
de um mundo para outro. Filho, quando o Homem aprender a trabalhar
harmoniosamente deixará de enganar a si mesmo, sentindo-se
injustiçado ou aguardando a compaixão sem justiça.
Sim, porque é na vida mesmo que se deve procurar os mistérios
da morte. A salvação ou a reparação começam
aqui. O seu céu ou o seu mundo inferior estão aqui.
A virtude é compensada. Não faça desta vida o
infernal templo dos teus anseios. Filho, as células do nosso
corpo agem, sempre, de acordo com os impulsos nervosos emitidos do
cérebro. Há um exército de auxiliares medianeiros
entre nós e Deus, procurando velar por nós, embora conheçam
o nosso livre arbítrio.” (Tia Neiva, 18.2.82)
JANATÃ
Os Comandantes Janatã
são os mestres indicados por seus Adjuntos Maiores para o comando
da Estrela Candente (*). São preparados e escalados pelo Adjunto
Janatã, Mestre José Luiz. A idade mínima para
ser um Comandante Janatã é de 21 anos.
· “Meu filho
José Luiz, meu Mestre Jaguar: É muito realizada que
eu, Koatay 108, te dou, como Mãe em Cristo Jesus, este documento.
Sim filho, és um jovem Adjunto, consagrado pelas minhas mãos,
que muito me realiza na grandeza deste teu Adjunto Janatã!
Sim, filho, porque és um Adjunto sem mácula e que tanto
tem feito, pela sua perseverança, a ponto de nosso grande Mestre
Johnson Plata vir nos ajudar nesta jornada!” (Tia Neiva, 29.4.85)
JANDA
Em mensagens de 5 e 22.2.83,
Koatay 108 estabeleceu a missão das NINFAS JANDAS, que fariam
as invocações de forças, assumindo a responsabilidade
das consagrações iniciáticas do mestrado. Como
primeira componente foi nomeada a Yuricy Sol Delma. As demais deveriam
ser indicadas por Tia Neiva mas, com seu desencarne em novembro de
1985, ficou a missão entregue ao Adjunto Yuricy, Mestre Edelves,
para preparar e consagrar as ninfas Janda. Os Primeiro e Segundo Mestres
Devas também tiveram autorização de Koatay 108
para indicar uma ninfa para desempenhar as funções de
Janda. Devem ficar à disposição do Trino Ajarã
para trabalhos nos Templos Externos, bem como dos Adjuntos Maiores,
que poderão solicitá-las para qualquer ritual que exija
invocações, incorporações e doutrinas
pré-determinadas (sic Tia Neiva, s/d)
ATRIBUIÇÕES:
· Estar presente
em todas as consagrações iniciáticas de Elevação
de Espadas, Consagrações de Talismãs, Consagrações
de Centúria, de Cavaleiros Especiais, de Adjuntos e qualquer
outra consagração que houver;
· Fazer as invocações
nos trabalhos de Leito Magnético, Unificação,
Quadrante e no Primeiro de Maio, Dia do Doutrinador;
· Harmonizar-se
com os componentes dos outros turnos para a realização
dos trabalhos;
· Manter-se ciente
das consagrações especiais, realizadas para atender
aos mestres de Templos Externos que não possam ir às
consagrações agendadas, tais como Iniciação
e Elevação de Espadas;
· Coordenar as ninfas
missionárias que participem dos rituais;
· Organizar os rituais
de Bênção de Pai Seta Branca nos Templos Externos.
As ninfas Jandas devem
estar sempre atentas, apresentando relatório de suas atividades
ao Adjunto Yuricy. Caso designe outras ninfas para o trabalho, deve
ser respeitada a escala das Primeiras das Falanges Missionárias.
· “Meus mestres
e minhas filhas que vão assumir essa nobre responsabilidade:
espero de vocês o amor nas maneiras, na Lei, nas ordens e na
execução de suas tarefas. Espero que se recordem sempre
de mim quando estiverem impacientes em suas atribuições,
com as falhas dos outros. Lembrem-se, sempre, de que entre ele e você,
estarei eu. Lembrem-se das palavras que digo a vocês quando
não estão certos, quando têm algum erro na Doutrina:
MUITO AMOR! Meus filhos, com o amor conseguimos o discípulo
amigo, humano, evangélico. Esqueçam, sempre, que vocês
são a Lei e que a Lei existe. Vocês são a palavra,
a minha palavra, com -0- em Cristo Jesus!” (Tia Neiva, 5.2.83)
· “O Adjunto
Yuricy tem as seguintes atribuições: grandes desenvolvimentos;
designar mediunidades; responsável pelo Oráculo de Simiromba
(deve estar presente nos rituais do Oráculo ou colocar uma
sua representante, verificar se tudo está em ordem, estar atenta
para que haja a manutenção do ritual nos dias e horários
prescritos pela Lei e deixar que o comandante realize o trabalho naturalmente,
dando-lhe, se for solicitada, as informações sobre o
ritual); estar presente ou estar representada em todos os rituais
e Sandays que exigirem Yuricys; fazer a cultura das ninfas missionárias
para serem Jandas, que serão preparadas para todos os rituais
e evocações. Por enquanto, estou designando as Ninfas
Yuricys Julia Dorneles e Rosa para serem Jandas.” (Tia Neiva,
8.10.85)
JAPUACY
O Adjunto Japuacy tem,
por lei, a guarda e honra de todos os setores necessários dos
Oráculos. Terá, na Pirâmide, dois mestres responsáveis,
que a abrirão às dez horas da manhã, diariamente,
fechando-a com o encerramento da Estrela Candente. O trabalho da Recepção
deve ser bem organizado, todos com suas tarefas definidas, aptos a
receber, orientar e encaminhar os pacientes e visitantes, ficando
os mestres sempre atentos e alertas para o bom andamento do atendimento
aos pacientes, utilizando os mestres Jaguares para os trabalhos de
modo geral - organização das filas, atendimento preferencial
a casos urgentes, deficientes físicos, idosos, senhoras gestantes
e com bebês de colo, etc. - e destinando às ninfas as
atividades da mesa da Recepção, para dar informações
e auxiliar no preenchimento de nomes nos papéis a serem colocados
na Mesa Evangélica e em outros pontos de força. O pessoal
da Recepção deve sempre ter mestres e ninfas perfeitamente
aptos a dar a maior atenção àqueles que chegam
ao Templo pela primeira vez, que deverão ser muito bem recebidos
e orientados sobre o que vão ver, a natureza e a localização
dos trabalhos e em condições de responder a todas as
perguntas que forem feitas sobre a nossa Doutrina. Em instrução
transmitida aos Presidentes dos Templos do Amanhecer, em 25.2.97,
assinada pelos Trinos Presidentes Triada e pelo Adjunto Japuacy, ficou
estabelecido: 1) Os mestres que concluírem o Curso de Recepcionista
só poderão atuar com autorização do Adjunto
Japuacy, no Templo-Mãe, e do respectivo Presidente, nos Templos
do Amanhecer; 2) É vedado a qualquer Recepcionista dar instruções,
realizar palestras ou exercer seu trabalho na Recepção
sem a autorização do Adjunto Japuacy, no Templo-Mãe,
e do respectivo Presidente, nos Templos do Amanhecer; 3) Não
serão mais fornecidos radares do colete e do braço sem
a autorização, por escrito, do Presidente do Templo
ao qual pertence o mestre; 4) Fazer cumprir o Regimento da Recepção
e, para dirimir dúvidas ou resolver questões naquele
âmbito, solicitar a manifestação ou, se for o
caso, a presença do Adjunto Japuacy ou de seu representante
autorizado.
· “REGIMENTO
DA RECEPÇÃO - O mestre que usa este uniforme, esteja
onde estiver, será sempre alvo das atenções gerais.
Para ele convergirão todos os olhares e suas menores faltas
serão percebidas. Representante da ordem, educador e disciplinador,
orientador e guia de homens, o Recepcionista deve ser o exemplo vivo
do Evangelho, da coragem, da energia e da fé. A confiança
que ele inspira é consequência, ainda, da sua cultura,
das suas qualidades morais e do seu sólido preparo doutrinário.
A noção que possui é a do cumprimento do dever
e da sua abnegada dedicação a serviço da ordem.
A primorosa educação é um de seus atributos.
O Recepcionista, em seu trabalho, deve se preparar antes de iniciar
qualquer atividade, mentalizando os seus guias espirituais, mediunizando-se.
O presente regulamento regula a situação, obrigações,
deveres e direitos do Recepcionista. A Recepção da Ordem
Espiritualista Cristã - Vale do Amanhecer é essencial
à execução da segurança da Ordem, constituída
pelo Adjunto Japuacy, com apoio dos Trinos e Adjuntos Herdeiros. Destina-se
a defender os poderes constituídos por lei. (...) Os componentes
do Adjunto Japuacy formam uma categoria especial de servidores da
OSOEC e são denominados RECEPCIONISTAS. (...) A disciplina
é a rigorosa observância e o acatamento integral das
leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam
o organismo doutrinário e coordenam o seu funcionamento regular
e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever
por parte de todos e por cada um dos componentes da Recepção.
Os círculos hierárquicos são âmbitos de
convivência entre os Recepcionistas da mesma categoria e têm
por finalidade desenvolver o espírito de camaradagem em clima
de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
O sentimento do dever e o decoro da classe impõem, a cada um
dos integrantes da Recepção, uma conduta doutrinária
e moral irrepreensível, com a observância dos preceitos
de ética. A moral visa à educação do Homem
no enriquecimento de seus deveres para com a OSOEC, desenvolvendo
o indivíduo, educando-o e criando ambiente de idéias
e entusiasmo que constitui a base mais sólida da instrução.
O Recepcionista é formado e educado nestes termos: conhecimento
geral sobre o Vale do Amanhecer e conhecimentos técnicos. Considerado
pronto, está liberado para seu trabalho. As funções
da Recepção são providas com pessoal que satisfaça
os requisitos deste regulamento, respeitando uma hierarquia exigida
para o seu desempenho. Este regulamento abrange todos os Templos Externos
na formação e orientação do Recepcionista,
sob a regência do Adjunto Japuacy, e cabe aos Presidentes fazer
cumprir estas normas aqui estabelecidas. Todo cidadão, após
ingressar na Recepção, prestará compromisso de
honra, no qual firmará sua aceitação destas obrigações
e destes deveres, e manifestará sua firme disposição
de bem cumpri-los. (...) Contraria este regulamento o Recepcionista
que: 1) faltar com a verdade e utilizar-se do anonimato; 2) Concorrer
para a discórdia ou desarmonia, cultivar inimizades entre seus
companheiros ou deixar de fazer cumprir normas e regulamentos na esfera
de suas atribuições; 3) Retardar, por negligência,
a execução destas determinações; 4) Aconselhar
ou concorrer para não ser cumprida qualquer determinação
dos Trinos ou dos Adjuntos Herdeiros; 5) Trabalhar mal, intencionalmente
ou por falta de atenção, em qualquer serviço
ou instrução, causar ou contribuir para ocorrências
de acidentes em serviço, por imprudência ou negligência;
6) Faltar ou chegar atrasado a qualquer ato de serviço ou reunião
em que deva tomar parte; 7) deixar de providenciar a tempo, junto
aos Trinos ou aos Adjuntos Maiores, por negligência ou incúria,
medidas contra qualquer irregularidade de que venha a tomar conhecimento;
8) Conversar ou fazer ruídos em ocasiões, lugares ou
horas impróprias e espalhar boatos ou notícias tendenciosas;
9) Provocar ou fazer-se causa, voluntariamente, de alarme injustificável
ou usar de violência desnecessária; 10) Conversar, distrair-se
ou fumar em ocasião ou lugar onde isto seja vedado ou quando
se dirigir a um visitante; 11) Tomar parte em discussão a respeito
de política ou religião, sem que, para isso, esteja
devidamente autorizado; 12) Publicar ou contribuir para que sejam
publicados fatos ou documentos que possam concorrer para desrespeito
da OSOEC ou firam a disciplina ou a segurança da mesma; 13)
Apresentar-se no Templo mal uniformizado ou com o uniforme alterado,
sobrepor ao uniforme distintivos ou decorações, contrariando
os costumes da Ordem, usar o uniforme em vias públicas fora
do recinto do Vale do Amanhecer, sem autorização competente;
14) Dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa às
pessoas; 15) Censurar ato ou desconsiderá-lo, ofender, provocar
ou desafiar com palavras a um companheiro. Cumpra-se.” (Tia Neiva,
13.8.83 - Trinos Triada Tumuchy, Araken, Sumanã, Ajarã;
Trino Herdeiro Ypuarã e Adjunto Japuacy)
· Visando dirimir
dúvidas e adequar o ingresso e a participação
das ninfas e mestres na Recepção, os Trinos Presidentes
Triada, em reunião realizada com os Mestres Devas (Alufã,
Adejã e Umaray), no dia 3.10.98, decidiram que a partir desta
data deveriam ser observados os seguintes procedimentos (Orientações
às Falanges Missionárias – N.º 1): (...) 5.
Os jovens, a partir dos 16 anos, desde que sejam Centuriões,
podem pertencer ao Adjunto Japuacy, porém, para serem Recepcionistas,
somente após completarem 21 anos de idade; 6. A missionária
ou missionário não poderá conduzir o Radar da
Recepção e nem servir como Recepcionista com a sua indumentária,
apenas com o uniforme de Jaguar ou o branco.
JEOVAH BRANCO
No chakra temporal direito
temos o Jeovah Branco, que é o poder da Magia de Nosso Senhor
Jesus Cristo, voltado para o Bem, para o auxílio, em qualquer
nível, de nossos irmãos encarnados e desencarnados,
que se manifesta no médium equilibrado e dentro da correta
conduta doutrinária. Pelo equilíbrio do Interoceptível
(*) faz-se a perfeita harmonia entre o Jeovah Branco e o Jeovah Negro
- as forças da Vida e da Morte. Não se pode ter uma
vivência equilibrada se não for mantida a harmonia entre
esses dois poderes.
JEOVAH NEGRO
No chakra temporal esquerdo
temos o Jeovah Negro, o poder das Trevas, da Morte, que se manifesta
envolvendo todo o potencial do médium, levando-o a desatinos
e ações maléficas, propiciando desastres que
podem comprometer não só aquela reencarnação
mas, também, determinando o leilão (*) daquele espírito
ou até mesmo sua desintegração (*). Pela má
conduta e pelos maus pensamentos, a força de equilíbrio
do Interoceptível (*) se desfaz, levando aquele espírito
a de transformar em eficiente instrumento das Trevas pela discórdia
e desarmonia que gera ao seu redor.
JESUS
Em livro psicografado
por Chico Xavier - “A Caminho da Luz” -, Emmanuel nos conta
que existe, no Universo, formada por Deus, uma Comunidade de Espíritos
Puros, que dirige a Vida de todos os planos, por todos os lugares,
e à qual pertence o espírito de Jesus. Essa Comunidade
reuniu-se nas proximidades da Terra somente em duas ocasiões:
“A primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia
da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no tempo e no
espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e pródomos
da vida na matéria em ignição do planeta; e a
segunda, quando se decidia a vinda do Senhor à face da Terra,
trazendo à família humana a lição imortal
do seu Evangelho de amor e redenção.” Na Doutrina,
aprendemos que quando a evolução da Terra se mostrou
totalmente desviada da meta civilizatória proposta pelos Equitumans
(*), Tumuchys (*) e Jaguares (*), culminando nos últimos cinco
mil anos antes do nascimento do Cristo com uma onda de barbarismo
e crueldade, o Grande Orixá, Mestre dos Mestres, atendeu aos
clamores dos missionários que, isolados e perseguidos, pediam
a presença de Deus na Terra, e decidiu vir pessoalmente como
o Salvador, o Messias, materializando o seu fluido cósmico
- o plasma divino. Nasceu Jesus! Em Hebreu, Jesus (Jehoshuá)
quer dizer “Deus é a Salvação”, e esse
foi o nome que, segundo o Antigo Testamento, Deus escolheu para o
seu Filho, sendo anunciado pelo anjo a Maria, que seria sua Mãe.
A Jesus foi concedido o título Cristo (*), título concedido
apenas àqueles Grandes Espíritos que têm marcante
missão na Terra. Em Mateus (XVI, 13 a 17) nos é relatado:
“E veio Jesus para as partes de Cesaréia de Filipe e interrogou
seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que é
o Filho do Homem? E eles responderam: Dizem uns que é João
Batista, outros que é Elias, e outros que é Jeremias
ou algum dos profetas. Disse-lhes Jesus: E vós, quem dizeis
que eu sou? Respondendo, Simão Pedro disse: Tu és o
Cristo, Filho de Deus vivo!” Fora da Bíblia, registram-se
apenas quatro obras contemporâneas de Jesus, em que é
citado como “Jesus, que se chamou Cristo” (Flavio Josefo)
e como “Cristo” (Suetônio, Tácito e Plínio,
o Jovem). Jesus não foi Deus, mas, sim, a reencarnação
de um Grande Mestre, com a missão de alertar os espíritos
da época e do futuro da Terra. Existem questionamentos sobre
o tempo em que Jesus nasceu, pois, pelo levantamento de pesquisadores
e historiadores, tudo indica que Herodes teria morrido em Jericó,
no ano 4 A.C.; este rei teria recebido os Magos do Oriente, quando
Jesus tinha cerca de um ano, e ordenara a morte das crianças
de até dois anos. Por outro lado, pelas previsões astrológicas,
o Messias nasceria no momento em que se desse a conjunção
de Júpiter e Saturno na constelação de Peixes,
o que aconteceu no ano 7 A.C. Embora seja irrelevante essa discussão,
o fato importante é que Jesus nasceu na Terra, para a maior
e fantástica missão de mudar toda a Humanidade. Naquela
época, a Palestina estava subjugada ao poder Romano. Mas possuía
uma estrutura social, dominada pelo procurador romano Pôncio
Pilatos, tendo o rei Herodes Antipas, com o sumo sacerdote do Templo
de Jerusalém, Caifás, poderoso em sua influência
no governo, que se apoiava no Sinédrio, conselho de 71 membros
formado por altos sacerdotes, anciãos de famílias ilustres
e doutores da Lei; o estrato social mais importante era o da elite
sacerdotal e dos grandes proprietários de terras - os Saduceus;
em seguida, vinham os fariseus, elementos do baixo clero, artesãos
e pequenos comerciantes. Jesus era esperado como um líder da
revolução que iria expulsar os romanos pela força
das armas, movimento que era feito pelos zelotas, grupo de fariseus
que organizava ataques de guerrilhas aos romanos. Em lugar da luta
armada, Jesus deu início à mais perfeita organização
que a Terra já teve. Naves gigantescas abriram, na densa matéria
que envolvia o planeta, caminhos para o Céu, e foram estabelecidas
as Casas Transitórias, plataformas espaciais onde passaram
a ser recolhidos e tratados os espíritos que começavam
a se libertar do jugo físico e da prisão etérica.
No plano físico, missionários encarnados se organizaram
em sistemas mediúnicos que propiciavam condições
de manifestação, doutrinação e libertação
dos espíritos sofredores, dando início à Escola
de Jesus, cuja ação vem sendo ampliada até nossos
dias, enfrentando perseguições, deturpações
e incompreensões, mas caminhando firme para que o espírito
retome sua posição na Terra, em luta contínua
e sem trégua. Na verdade, Jesus poderia simplesmente ter se
materializado, já como adulto, e fazer a pregação
da Palavra de Deus. Todavia, por saber que isso iria determinar total
falta de entendimento pela Humanidade, Ele seguiu o caminho dos simples
mortais, materializando-se como um feto no útero de Maria,
outro Espírito Iluminado que veio com a missão de gerar
o Filho de Deus, o que levou à figura da gestante virgem, uma
gravidez sem a participação física da inseminação.
Jesus é o exemplo do Amor e da Virtude, do Missionário
liberto dos inconvenientes e das paixões do Homem encarnado.
Toda a Sua trajetória na Terra foi marcada pelos exemplos simples,
mas surpreendentes, da alteração de padrões vibratórios,
transformando água em vinho, multiplicando pães e peixes,
curando enfermos, agindo sempre em nome do Amor. Até mesmo
Sua paixão e morte, no plano físico, agiram como catalisadores
das emoções e sentimentos da Humanidade, reforçando
as bases de sua Doutrina no coração dos Homens. Na Doutrina
do Amanhecer aceitamos e respeitamos toda a História de Jesus
relatada pelos Evangelistas e na qual se baseia a Igreja Católica
(veja: Partida Evangélica), mas para nós Jesus é
o Caminheiro, aquele que está sempre presente, junto a nós,
indicando-nos a Nova Estrada, nos ajudando e nos protegendo em nosso
aprendizado na Escola do Caminho, permitindo nosso trabalho para auxiliar
nossos irmãos desencarnados que estão sendo assistidos
nas Casas Transitórias que estabeleceu. Quando esteve entre
os Essênios, pelos quais recebeu sua primeira Iniciação,
e nos Himalaias, onde permaneceu no período de 12 aos 30 anos,
Jesus já era reconhecido como o Filho de Deus, enviado para
sofrer e dar o exemplo de tolerância, humildade e amor a todos
os que conviveram com Ele e àqueles que viriam depois, através
dos séculos. Jesus de Nazareth nos fez entender melhor os desígnios
de Deus através da narrativas dos quatro Evangelistas, aceitas
como confiáveis, e pelos fenômenos que até hoje
vivenciamos, oriundos dos ensinamentos trazidos pelos Planos Espirituais,
pelos Espíritos Iluminados que nos proporcionam a evolução
pelo conhecimento do Universo. Jesus nos afirma, em João (XIV,
6): “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai
ao Pai senão por mim!” O CAMINHO, a Nova Estrada, pelo
que nos ensinou e exemplificou, nos mostrando uma lei moral que nos
guia no progresso espiritual; a VERDADE revelada pelos conhecimentos
das leis de Deus; e a VIDA, porque com Jesus, vivendo dentro da conduta
doutrinária (*), exercendo nossa capacidade de manipular as
forças que nos chegam dos Planos Superiores, estaremos livres
da morte espiritual, à qual são conduzidos os que se
deixam cair no atraso evolutivo, na ignorância e nas imperfeições
dos que se apegam aos bens materiais. Assim, na Doutrina do Amanhecer,
colocamos em prática o sistema da Escola Iniciática
- a Escola do Caminho - estabelecida por Jesus para evoluir a Humanidade.
Não temos como definir Deus, nem podemos dizer que ele gosta
ou aprova isso ou aquilo. Por isso, toda a Doutrina do Amanhecer foi
construída sobre os ensinamentos de Jesus. Em João (III,
16 a 21) nos foi dito: “Porquanto Deus amou tanto o mundo, que
lhe deu seu Filho Unigênito, para que todo o que crê nele
não pereça, mas tenha a vida eterna. Nem Deus enviou
seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja
salvo por ele. Quem nele crê, não será condenado;
mas o que não crê já está condenado, porque
não crê no nome do Filho Unigênito de Deus. E esta
é a causa da sua condenação: a Luz veio ao mundo
e os homens amaram mais as trevas do que a Luz, porque eram más
as suas obras. Mas aquele que pratica a verdade chega-se à
Luz para que as suas obras sejam conhecidas, porque são feitas
em Deus.” Em Mateus (XXVIII, 16 a 20) nos é relatado o
encontro de Jesus ressuscitado com seus discípulos: “Os
onze discípulos partiram para a Galiléia, para o monte
que Jesus lhes tinha designado. E quando o viram, o adoraram; mas
alguns duvidaram. E chegando-se Jesus, falou-lhes: É-me dado
todo o poder no Céu e na Terra! Portanto, ide, fazei discípulos
de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que Eu estarei convosco todos
os dias, até a consumação dos séculos!”
Pela grandeza da obra de Jesus, não caberiam aqui senão
essas pequenas observações, sendo a verdadeira fonte
os Evangelhos. Um grupo de pesquisadores busca precisar as datas do
nascimento e morte de Jesus. Há astrólogos que, pelo
cálculo baseado na Precessão dos Equinócios,
consideram que Jesus morreu no dia 7 de abril do ano 30 D.C., sexta-feira
anterior à Páscoa Judaica, entre 14 e 16 horas (Hora
Nona). Por técnicas astrológicas, calcularam uma conjunção
de astros e localizaram o ponto sobre o qual se deu essa conjunção:
Belém, em Israel, às 6 horas do dia 1º de março
do ano 6 A.C. Outros pesquisadores, com base nas descobertas de antigas
anotações oficiais das autoridades judaicas, estabeleceram,
em função do ano da fundação de Roma (753
AC) e da morte de Herodes Antipas, que Jesus nasceu em 25 de fevereiro
do ano 747 da fundação de Roma, foi condenado no dia
25 de março do ano de 785, tendo morrido na cruz sete dias
depois, em 1º de abril. A data mundial, 25 de dezembro, foi estabelecida
pela Igreja Católica Romana, como um dogma, pelo diácono
Dionísio, considerando Jesus o Sol que nascia na constelação
de Virgem. Transcrevo, após trechos de carta de Koatay 108,
pequenos trabalhos, dos milhares inspirados em Jesus de Nazareth,
cujos autores desconheço, mas que exemplificam a idéia
que temos do Caminheiro:
· “Quero Jesus,
o Caminheiro; quero Jesus, o Nazareno; quero Jesus redivivo; quero
Jesus de Reili e Dubale. Eu não gosto que falem em Jesus crucificado.
Quem somos nós para entrarmos nesse mérito? Jesus crucificado,
ao lado do bom ladrão e do mau ladrão. Na maioria, os
Homens só dão valor a Jesus por ter sido crucificado,
e muitos já querem, também, se libertar do Jesus crucificado,
dizendo que Ele tinha corpo fluídico. Não é verdade:
Jesus passou por todas as dores do Homem físico da Terra. Não
gosto que falem em Jesus crucificado porque poucos entendem, poucos
sabem de Sua dor! Sabemos que Ele olhava para o Céu e estava
perto de Deus, naquele grande cenário. Porém, olhando
para baixo, sentiu-se entristecido ao ver o regozijo dos planos inferiores,
a incompreensão daqueles que o olhavam sofrer na cruz. Jesus
chorou porque, subindo tão alto, deixando seus irmãos
na individualidade, viu que eles ainda não acreditavam que
era Ele, realmente, o Messias, obedecendo às leis de Deus Pai
Todo Poderoso. Exato: os Homens, há pouco, Lhe haviam permitido
tudo, pensando ser Ele um rei, mas igual a um rei deste mundo físico.
Entramos com a filosofia de Mãe Yara, que nada é obrigatório.
O povo daquela época não raciocinava como se aquela
atitude de Jesus fosse de humildade. Raciocinava, sim, como se fosse
uma falta de força. Continuando com a filosofia de Mãe
Yara, até hoje Deus não nos quer obrigado às
doutrinas. O Homem só tem confiança no outro quando
o vê com uma força maior. Longe estavam de sentir o poder
de Jesus e, então, nos diz Mãe Yara: O Homem deixa sua
grande força e vai buscar outra força, uma pessoa que,
às vezes, nada promete. Assim, ele não permite que seu
sexto sentido faça uma análise do seu Sol Interior,
nos três reinos de sua natureza, rejeitando, na sua vida, a
busca do que é seu. Jesus veio com todo aquele sofrimento e
deixou que cada um o analisasse por si mesmo, em sua própria
filosofia. O que eu quero é que vocês se conscientizem
em Jesus, no Seu amor que era tão grande. Foi tão grande,
é tão grande, e veio parta nos mostrar que a felicidade
não é somente neste mundo. Meu filho Jaguar! Neste mundo
de provações, num mundo onde as razões ainda
se encontram, a cada dia nos afloram novos pensamentos, novas lições.
Porém, os planos espirituais ainda não conseguiram apagar
as imagens de Jesus crucificado. Aqui no plano físico, desde
quando foi escrito o Santo Evangelho, seus ensinamentos são
iguais e, até hoje, ninguém se atreveu a mudá-los.
O Homem ama pela força perceptível e receptível.
Ninguém acredita na ressurreição dos mortos e,
sim, na ressurreição do espírito vivo, mais alto
que o Céu! O Homem só quer crer nas alturas, acima do
seu olhar... Estamos no limiar do Terceiro Milênio e temos que
afiar nossas garras! É hora da religião, do desintegrar
das forças, e não podemos nos esquecer, por um só
momento, da figura de Jesus, o Caminheiro, e de Seu Santo Evangelho.
E para que sejamos vivos ao lado de Jesus, temos que respeitá-Lo
em todos os sentidos e, no sentido religioso, temos que respeitar
as tradições, porque a religião exige o bom propósito
moral e social. Assim, a única maneira que podemos dizer é:
vivemos num mundo onde as razões se encontram. No descortinar
da minha mediunidade, minha instrutora - Mãe Yara - não
me deixou cair no plano de muitos, e me advertia a toda hora. Eu podia
sofrer, mas Mãe Yara e Pai João não me deixavam
sem aquelas reprimendas. Não tinha importância que eu
sofresse, desde que minha obra seguisse seu curso normal e eu fosse
verdadeira. Em 1958, eu estava no auge de minhas alucinações,
como diziam as demais pessoas que me conheciam. Quando eu trabalhava
na NOVACAP, um dia me sentei num restaurante, porque me distanciara
de casa. Estava conversando com três colegas e falávamos
sobre nosso trabalho. Entramos no Maracangalha, um restaurante da
Cidade Livre. Trouxeram uma travessa com bifes, por sinal muito bonitos.
E era sexta-feira da Paixão! Eu tinha os princípios
da Igreja Católica, mas nada levei em consideração
e coloquei o bife no prato. Naquele instante (na vibração
e na desarmonia em que eu vivia), ouvi uns estampidos e vi Mãe
Yara. “Filha - disse Ela - continuas como eras... Já estás
tão desajustada que esqueces dos princípios da Igreja
Católica Apostólica Romana? Alerta-te! Cuida dos teus
sentimentos. O dia de hoje representa, em todos os planos, os mesmos
sentimentos por Jesus crucificado. Em todos os planos deste Universo
que nos é conhecido sentimos respeito! Filha, está na
hora: devolva o teu bife para a travessa do restaurante!” Eu
estava na companhia de três pessoas, como já disse, e
vi que não comiam a carne. Eles ainda não acreditavam
em mim, entre a mediunidade e a loucura... “Coma amanhã
- continuou Mãe Yara -. Não irás mais festejar
as incompreensões, as fraquezas daquele pobre instrumento que
foi Judas!...” Naquele instante comecei a pensar. Começaram
a passar por minha cabeça imagens de Judas, que vendeu Jesus
por trinta dinheiros. Mãe Yara, alheia aos meus pensamentos,
continuava: “Judas não foi um traidor. Foi, sim, um supersticioso.
Na sua incompreensão, acreditou ser Jesus um líder político.
Judas tivera grandes oportunidades de conhecer Jesus, pois O acompanhava
desde sua chegada do Tibet.” Nesse período, como já
nos esclarecera Mãe Yara anteriormente, Jesus passou dos 12
aos 30 anos nos Himalaias, para onde fora levado com a permissão
de Maria e José, Seus pais. Lá, Ele fora iniciar-se
junto às Legiões em Deus Pai Todo Poderoso e formar
o que hoje conhecemos como Sistema Crístico, os mundos etéricos.
De lá Ele voltaria para o início da Sua tarefa doutrinária
evangélica. Foi quando Jesus chamou aqueles humildes pescadores
para serem pescadores de almas, e que viriam a ser em número
de doze, estando Judas entre os escolhidos. Junto a Jesus, Judas sofreu
humilhações nas sinagogas, quando os rabinos voltaram
as costas para ele... Enfim, quantas lições recebidas,
fenômenos testemunhados!... Mas só os pobres e os miseráveis
O conheciam, analisava Judas em sua incompreensão, já
cansado das perseguições naquela época, e pensando
que, ao forçar um confronto entre Jesus e os homens que O perseguiam,
Jesus, com um simples olhar, colocaria por terra toda aquela gente.
Pensava, assim, forçá-Lo a usar os Seus poderes e ser,
realmente, o rei do mundo. Lembrou-se, também, de quando foram
convidados por Jesus para O acompanharem e que o dia estava ruim para
pescar, e o Amado Mestre, atirando a rede sobre as águas, a
trouxe cheia de peixes. Enfim, Judas não acreditaria que o
Grande Mestre passaria por todas aquelas humilhações.
Porém, não foi assim. O que viu foi Jesus ser amarrado
e, a pontapés, ser levado à presença de Pôncio
Pilatos... Não foi remorso. Foi um grande arrependimento, uma
grande dor por não haver compreendido a grande missão
de Jesus que o levou, chorando, pensando, a enforcar-se numa figueira.
Formou-se um temporal, o céu escureceu, como escureceu sua
própria alma. Por que vamos rir, festejar a sua grande desgraça?
Entre os diversos conceitos da Igreja que nós respeitamos e,
como se tornou uma tradição em todos, ou quase todos
sacerdócios, digo: nós não comemos carne às
quintas e sextas-feiras da Semana Santa. Nós respeitamos esses
conceitos. Eles não nos atrapalham em nossa vida evangélica.
E respeitamos as tradições da Igreja Católica,
que foi a base de todas as religiões.” (Tia Neiva, 27.4.83)
· Tu és uma
pessoa muito importante, principalmente para mim! Tu trabalhas, corres
daqui para acolá, te banqueteias, cantas e te dás a
muitos prazeres, mas nunca me chamas. Ficas triste e depois te alegras,
mas não me agradeces. Segues a trilha da Vida, subindo e descendo
escadas, mas não te preocupas comigo. Tens ganho muitas coisas
na Vida e tens fechado as mãos para mim. Tu sentes amor, ódio,
sentes tudo, menos a minha presença. Tu te achas uma pessoa
perfeita, mas não te desgastas por mim. Teus sentidos funcionam
em perfeita harmonia, mas não são canalizados para mim.
Estudas tanto e não me entendes; ganhas e não me ajuda;
alegra-te, mas não em mim. Aliás, eu não tenho
tido participação em tua vida! Tu te dizes uma pessoa
tão inteligente e quase nada sabes a meu respeito. Reclamas
dos momentos difíceis, das atribulações, mas
não reconheces os tempos bonançosos que te tenho dado.
Se enfrentas um problema, reclamas de mim; mas se vives despreocupadamente,
não reconheces que isso procede de mim. Se estás triste,
me culpa por isso; mas, se estás alegre, não me deixas
participar de tua felicidade. Tu falas de tanta gente importante que
nunca fez nada por ti, mas não falas de mim, que fiz tudo por
ti! Gastas energia em tantas coisas, mas gastá-las para mim
seria um desperdício... Por quê? Sabes pormenores da
vida de homens que sempre usaram a força bruta para concretizar
seus intentos, mas desconheces aquele que sempre usou a força
do amor para conquistar os corações. Tu te sujeitas
aos homens cruéis, mas não queres fazer o que te peço
com toda a humildade! Queres ser uma pessoa próspera na vida,
apagas a luz dos mais fracos para que a tua brilhe mais. Entretanto,
se fracassas, descarregas tua ira contra mim! Os prazeres da vida
te fascinam sobremaneira, e por isso não tens tempo nem para
morrer e nem para pensares em mim... Sempre me procuras por último.
Se resolves me dar alguma coisa, acabas me dando o resto de tudo.
Por quê? Tu corres atrás de uma coroa de glória
e te esqueces de que, por tua causa, carreguei uma de espinhos! Buscas
entender tantas filosofias mas muito pouco conheces da mensagem que
preguei e que realmente é o que liberta o Homem. Tu te apegas
tanto a este mundo e te esqueces de que tudo isso passará.
Apenas aquilo que o Homem faz para mim perdura para sempre! Levas
uma vida de derrotas por desconheceres a vida abundante que emana
de mim. Tu julgas muita gente e vês defeito em tudo. Eu conheço
a tua maneira de agir, sei o que fazes e pensas. Sim, eu vejo tudo!
Tu obedeces ao teu chefe, que lhe causa tantos dissabores, e não
ouves a minha voz quando te falo do meu amor. Quando precisas, quando
te encontras perdido em um labirinto, sabes dirigir-te a mim, chamando-me
de Senhor, mas não me obedeces e nem pretendes fazê-lo.
Muitas vezes já ouvi afirmares que não existo. Mas,
no íntimo, tens medo de mim. Sei que, em alguns momentos, gostarias
de te agarrar em mim, mas teu orgulho não deixa! Tranqüilo,
fico sereno, com minha mão estendida. Tu lutas por teus ideais,
sendo até capaz de morrer por muita coisa, mas se gastares
apenas uma gota de suor por minha causa ou a meu serviço, achas
que estás fazendo demais e alardeia teu feito. Participas de
reuniões onde meu nome é injuriado e não me defendes.
Ouves piadas indecentes com o meu nome e também dás
gargalhadas. Nunca te fiz mal algum, mas tens vergonha de pregar o
meu nome. Quando estás sedento, buscas tantas fontes que já
estão secas... por que não vens a mim, beber da Água
da Vida? Na verdade, tens corrido atrás do vento... Eu te convido
a correr para os meus braços! Eu fiz o Universo e fiz o Homem!
Sou tão grande que preencho o mundo, mas posso habitar em teu
coração. Tu és um corpo no Universo - eu sou
o Universo em teu corpo! Eu sou o caminho, a verdade e a vida - Eu
sou Jesus! Estou te aguardando... És muito importante para
mim!...
· Quando nas horas
de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas
te aflorarem aos olhos, busca-me: Eu sou aquele que sabe sufocar-te
o pranto e estancar-te as lágrimas! Quando te julgares incompreendido
dos que te circundam e vires que em torno há indiferença,
acerca-te de mim: Eu sou a Luz, sob cujos raios se aclaram a pureza
de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos! Quando
se extinguir o teu ânimo para arrastares as vicissitudes da
vida e te achares na iminência de desfalecer, chama-me: Eu sou
a Força capaz de remover as pedras do teu caminho e sobrepor-te
às adversidades do mundo! Quando inclementes te açoitarem
os vendavais da sorte e já não souberes onde reclinar
a cabeça, corre para junto de mim: Eu sou o Refúgio
em cujo seio encontrarás guarida para teu corpo e tranquilidade
para teu espírito! Quando de faltar a calma, nos momentos de
maior aflição, e te considerares incapaz de conservar
a serenidade de espírito, invoca-me: Eu sou a Paciência
que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações
mais difíceis! Quando te debateres nos paroxismos da dor e
tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos da vida, grita por mim: Eu
sou o Bálsamo que cicatriza as chagas e te minora os padecimentos!
Quando o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que
ninguém pode te inspirar confiança, vem a mim: Eu sou
a Sinceridade que sabe corresponder à franqueza de tuas atitudes
e excelsitudes de teus ideais! Quando a tristeza e a melancolia povoarem
o teu coração e tudo te causar aborrecimento, chama
por mim: Eu sou a Alegria que insufla um novo alento e te faz conhecer
os encantos do teu mundo interior! Quando um a um fenecerem teus ideais
mais belos e te sentires no auge do desespero, apela para mim: Eu
sou a Esperança que te robustece a fé e te acalenta
os sonhos! Quando a impiedade se recusar a te revelar as faltas e
experimentares a dureza do coração humano, procura-me:
Eu sou o Perdão que te levanta o ânimo e promove a reabilitação
do teu espírito! Quando duvidares de tudo, até de tuas
próprias convicções, e o ceticismo avassalar
tua alma, recorre a mim: Eu sou a Fé que te inunda de luz e
entendimento e te habilita para a conquista da felicidade! Quando
já não provares a sublimidade de uma afeição
terna e sincera e estiveres desiludido dos sentimentos de teu semelhante,
aproxima-te de mim: Eu sou a Renúncia que te ensina a olvidar
a ingratidão dos Homens e a esquecer a incompreensão
do mundo! Quando, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho
que murmura, ao pássaro que canta, à flor que desabrocha,
à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho
que recorda... Meu nome significa AMOR, o remédio para todos
os males que atormentam o espírito... Meu nome é Jesus
Cristo!...
· “Vejamos
a rica oportunidade daqueles que viveram na mesma época de
Jesus de Nazareth, dos quais pensamos: Viveram com Jesus, na mesma
era, e não souberam evoluir? Porém, toda Jerusalém
se preocupava com o grande profeta Jesus. Sim, falava-se nas curas
do grande Jesus de Nazareth nos comentários em volta do leito
de Maria, uma viúva, que tinha uma única filha, Marta.
Alguém chegou correndo e avisou: “Ele está aqui
perto! Ele ressuscita os mortos!...” A verdade é que Maria
estava semimorta em seu leito. Marta chorava. Choravam também
os demais vizinhos, quando Marta num só pulo se levantou, dizendo:
“Vou chamá-Lo. Vou pedir a Jesus que venha até
aqui! Dizem que ele gosta dos humildes. Vou falar com Ele e trazê-Lo.
Ele irá curar minha mãezinha!” E jogando um manto
sobre os ombros, foi em busca do Profeta. Chegando ao local, a multidão
não a deixou se aproximar. Marta pedia a Deus que Jesus pelo
menos olhasse para ela. Porém, Ele estava atendendo a milhares
de pessoas, e não a notou. Marta ficou ali triste e chorosa,
com o espírito esperançoso mas, ao mesmo tempo, triste
por não ter conseguido falar com Jesus de Nazareth. Pensava:
“Se ao menos Ele me tivesse visto!... Oh, querido Profeta! Olha
esta Tua pequena serva!” Porém, nada. Jesus não
volveu seu olhar para a pequena Marta. Marta não sabia dizer
por quanto tempo ficou ali parada. Já estava escurecendo e,
sem esperança, voltou para casa. De longe, viu muitas pessoas
em volta de sua casa. Era quase uma multidão. E sua mãe,
que deixara sobre o leito em estado grave, estava de pé, com
os braços abertos, rindo e chorando ao mesmo tempo, enquanto
dizia: “Filha, por que não veio com Ele?” Marta perguntou:
“Ele, quem?” Maria respondeu: “Jesus de Nazareth, o
Profeta. Ele me curou. Você não o chamou?” “Sim,
eu O chamei!” “E por que não veio com Ele? Ele é
maravilhoso, Ele é a esperança e o amor!...” Marta
saiu do êxtase e gritou: “Oh, minha mãezinha! O
Profeta me viu e me ouviu... Deus seja louvado!” Maria disse:
“Filha, vamos aproveitá-Lo?” “Sim, mãe,
vamos acompanhá-Lo!” E as duas seguiram Jesus, juntamente
com aquela multidão. Mais uma vez Jesus de Nazareth ensinava
a Vida, a verdadeira Vida, que é o Amor. Marta aprendeu a sua
filosofia e os seus ensinamentos: não era preciso ir até
Jesus - o importante era estar em paz com ela mesma, ao lado de seus
irmãos. Foi um paraíso para elas. Marta e sua mãe
auxiliavam os enfermos e os leprosos a se levantar e os conduziam
à frente de Jesus e de seus apóstolos. Com Ele Marta
fez sua Iniciação, e sempre repetia: “E eu pensava
que Jesus não me amava!...” Sim, filho, Jesus ama os que
precisam Dele, os fracos e todos que confiam nele” (Tia Neiva,
18.2.82)
· “Quero Jesus,
o Caminheiro; quero Jesus, o Nazareno; quero Jesus redivivo; quero
Jesus de Reili e Dubale. Eu não gosto que falem em Jesus crucificado.
Quem somos nós para entrarmos nesse mérito? Jesus crucificado,
ao lado do bom ladrão e do mau ladrão. Na maioria, os
Homens só dão valor a Jesus por ter sido crucificado,
e muitos já querem, também, se libertar do Jesus crucificado,
dizendo que Ele tinha corpo fluídico. Não é verdade:
Jesus passou por todas as dores do Homem físico da Terra. Não
gosto que falem em Jesus crucificado porque poucos entendem, poucos
sabem de Sua dor! Sabemos que Ele olhava para o Céu e estava
perto de Deus, naquele grande cenário. Porém, olhando
para baixo, sentiu-se entristecido ao ver o regozijo dos planos inferiores,
a incompreensão daqueles que o olhavam sofrer na cruz. Jesus
chorou porque, subindo tão alto, deixando seus irmãos
na individualidade, viu que eles ainda não acreditavam que
era Ele, realmente, o Messias, obedecendo às leis de Deus Pai
Todo Poderoso. Exato: os Homens, há pouco, Lhe haviam permitido
tudo, pensando ser Ele um rei, mas igual a um rei deste mundo físico.
Entramos com a filosofia de Mãe Yara, que nada é obrigatório.
O povo daquela época não raciocinava como se aquela
atitude de Jesus fosse de humildade. Raciocinava, sim, como se fosse
uma falta de força. Continuando com a filosofia de Mãe
Yara, até hoje Deus não nos quer obrigado às
doutrinas. O Homem só tem confiança no outro quando
o vê com uma força maior. Longe estavam de sentir o poder
de Jesus e, então, nos diz Mãe Yara: O Homem deixa sua
grande força e vai buscar outra força, uma pessoa que,
às vezes, nada promete. Assim, ele não permite que seu
sexto sentido faça uma análise do seu Sol Interior,
nos três reinos de sua natureza, rejeitando, na sua vida, a
busca do que é seu. Jesus veio com todo aquele sofrimento e
deixou que cada um o analisasse por si mesmo, em sua própria
filosofia. O que eu quero é que vocês se conscientizem
em Jesus, no Seu amor que era tão grande. Foi tão grande,
é tão grande, e veio para nos mostrar que a felicidade
não é somente neste mundo. Meu filho Jaguar! Neste mundo
de provações, num mundo onde as razões ainda
se encontram, a cada dia nos afloram novos pensamentos, novas lições.
Porém, os planos espirituais ainda não conseguiram apagar
as imagens de Jesus crucificado. Aqui no plano físico, desde
quando foi escrito o Santo Evangelho, seus ensinamentos são
iguais e, até hoje, ninguém se atreveu a mudá-los.
O Homem ama pela força perceptível e receptível.
Ninguém acredita na ressurreição dos mortos e,
sim, na ressurreição do espírito vivo, mais alto
que o Céu! O Homem só quer crer nas alturas, acima do
seu olhar... Estamos no limiar do Terceiro Milênio e temos que
afiar nossas garras! É hora da religião, do desintegrar
das forças, e não podemos nos esquecer, por um só
momento, da figura de Jesus, o Caminheiro, e de Seu Santo Evangelho.
E para que sejamos vivos ao lado de Jesus, temos que respeitá-Lo
em todos os sentidos e, no sentido religioso, temos que respeitar
as tradições, porque a religião exige o bom propósito
moral e social. Assim, a única maneira que podemos dizer é:
vivemos num mundo onde as razões se encontram. No descortinar
da minha mediunidade, minha instrutora - Mãe Yara - não
me deixou cair no plano de muitos, e me advertia a toda hora. Eu podia
sofrer, mas Mãe Yara e Pai João não me deixavam
sem aquelas reprimendas. Não tinha importância que eu
sofresse, desde que minha obra seguisse seu curso normal e eu fosse
verdadeira.” (Tia Neiva, 27.4.83)
JINAS
Após alguns séculos
da chegada dos Equitumans (*), com a evolução da Terra
e através dos tempos, as religiões se modificaram e
os contatos com os Grandes Mestres foram ficando cada vez mais difíceis.
Iniciados e sacerdotes que podiam contatar espíritos de planos
superiores foram rareando. Espíritos de grandes Orixás
(*) reencarnavam em missões dificílimas, e, em sua maioria,
eram derrotados pela alma barbarizada. Todavia, essa grosseria humana
foi impedindo o Homem de manipular forças extraterrestres.
Para a manipulação de forças etéricas,
entrar em contato com os planos superiores, os Mestres materializados
se isolavam em regiões desérticas, onde faziam construções
funcionais para se adequarem aos trabalhos a serem realizados, chamadas
jinas, que eram protegidas pelas falanges de elementais. Estes evitavam
a aproximação de seres humanos e de espíritos
do plano etérico.
JOVENS
VEJA: ADOLESCENTES
JULGAMENTO
1. JULGAMENTO - Dentro
de nossa vida temos que tomar decisões que são resultantes
de diversos raciocínios simples que surgem em face das vantagens
e desvantagens daquela determinada situação, por nós
avaliada, e tornam sua forma de acordo com sua adequação
à nossa realidade e às formas legais a que estamos sujeitos.
Isso se constitui na forma mais simples de julgamento. A mais complicada
é a que normalmente se faz entre os Homens, quando se julgam
atos e pensamentos, sem atentarmos para toda a complicada rede vibracional
que envolve cada um de nós, de forças transcendentais
e cobranças que levam o Homem a agir e a reagir de formas diferentes
diante de uma mesma situação. Quando tivermos que avaliar
alguém ou alguma situação, não nos deixemos
levar pelas aparências e vamos evitar fazê-lo quando estivermos
sob a ação de cargas negativas de raiva, mágoa
ou tristeza. Temos que nos colocar à parte de nossas avaliações,
sem querer tirar proveito próprio de qualquer decisão,
que deverá ser norteada pela caridade, pela bondade e pela
compaixão. Os árabes, em sua sabedoria milenar, pedem
a Alah que não permita que julgue seu próximo sem andar
sete dias em suas sandálias. Isso mostra como é impossível
julgar nosso próximo, porque não temos como avaliar
tudo que está envolvido numa determinada situação.
Na nossa Doutrina do Amanhecer aprendemos que não nos é
permitido julgar, nem sequer criticar os atos praticados por outros,
pois tudo está de conformidade com a evolução
daquele espírito. Quem poderá dizer qual a natureza
das milhares de ações praticadas pelo Homem comum em
seu cotidiano? Não há como fazê-lo sem incorrer
em graves erros, que podem causar um mal maior do que a própria
ação praticada. Nos Evangelhos, vamos encontrar em João
(III, 16 a 21): “Porquanto Deus amou tanto o mundo, que lhe deu
seu Filho Unigênito, para que todo o que crê nele não
pereça, mas tenha a vida eterna. Nem Deus enviou seu Filho
ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por
ele. Quem nele crê, não será condenado; mas o
que não crê já está condenado, porque não
crê no nome do Filho Unigênito de Deus. E esta é
a causa da sua condenação: a Luz veio ao mundo e os
homens amaram mais as trevas do que a Luz, porque eram más
as suas obras. Mas aquele que pratica a verdade chega-se à
Luz para que as suas obras sejam conhecidas, porque são feitas
em Deus.” E João (12, 44 a 48) nos fala mais de julgamento:
“Jesus bradou e disse em alta voz: Quem crê em mim, não
crê em mim, mas naquele que me enviou, e quem me vê a
mim, vê aquele que me enviou. Eu, que sou a Luz, vim ao mundo
para que todo aquele que crê em mim não fique nas Trevas.
E se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar,
não será julgado por mim, porque não vim para
julgar o mundo, mas para salvá-lo. Quem me despreza e não
recebe as minhas palavras, já tem o seu juízo. Esta
mesma palavra que eu lhe anunciei há de julgá-lo no
último dia!” Torna-se, porém, clara a idéia
de que existem fatos que independem do julgamento: atos praticados
por pessoas que se enquadram no que nos é dito por Mateus (7,
16 a 20), sobre como Jesus ensinou a reconhecermos e nos protegermos
dos falsos profetas: “Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura
o Homem colhe frutas de espinhos ou figos de abrolhos? Assim, toda
a árvore boa dá bons frutos e a árvore má
dá maus frutos. Não pode a árvore boa dar maus
frutos, nem a árvore má dar bons frutos. Toda árvore
que não dá bons frutos será cortada e metida
no fogo. Assim, pois, pelos frutos deles conhecê-los-eis.”
Isso já nos ajuda em casos que temos que reconhecer as pessoas
por seus atos, isentos de julgamento mas entendendo seu significado,
isto é, se são bons ou se são maus. Mateus (12,
33 a 35) relata a passagem em que Jesus reforça essa idéia:
“Ou dizei que a árvore é boa e seu fruto é
bom, ou dizei que é má e seu fruto é mau; porque
é pelo fruto que se conhece a árvore. Raça de
víboras, como podereis falar coisas boas sendo maus? Pois a
boca fala da abundância do coração. O homem bom
do bom tesouro tira coisas boas; mas o homem mau, do mau tesouro tira
más coisas”. Vemos pessoas que se comprazem em fazer o
mal, em viver à margem da conduta doutrinária, praticando
atos que não precisam de qualquer julgamento para serem considerados
maléficos, afrontando a própria Doutrina com desrespeito
às leis e aos ensinamentos de Koatay 108. Esses os maus frutos
que definem a árvore má, sem preconceitos e sem julgamento!
Maus frutos como boatos e fofocas, tão comuns entre os Jaguares,
fogo devastador que rapidamente gera perdas morais, espirituais, sociais
e financeiras, um péssimo hábito alimentado pelo Vale
das Sombras. Nos Provérbios encontramos: “Melhor é
o pouco havendo justiça do que os grandes rendimentos com injustiça”
(16,8); “O que segue a justiça e a bondade achará
a vida, a justiça e a honra” (21, 21); “Muitos buscam
o favor do que governa, mas para o Homem a justiça vem do Senhor!”
(29,26).
2. JULGAMENTO DE PRISIONEIROS
DA ESPIRITUALIDADE MAIOR - Veja: PRISÃO.
· “Pequenas
viagens!... O Sol já brilhava na Terra, atravessando filetes
dourados, sem brilho, filetes aveludados que se espalhavam em todo
aquele pântano, lá em baixo, no Vale Negro. Eu, sentada
com Pai Joaquim das Almas, de Enoque, sentíamos tudo o que
víamos. Ao longe, um homem de branco caminhava de um lado para
outro, sem sossego.
- Quem poderia ser? -
perguntei.
- Aquele homem é
Eugênio, um velho coronel dos bons tempos - respondeu Pai Joaquim
das Almas.
O homem veio ao nosso
encontro e eu disse “Salve Deus!”. O homem foi contando
a sua vida:
- Eu me chamo Frazão.
- Frazão? Oi, Pai
Joaquim, o senhor disse que era Eugênio!
- Eugênio Frazão.
É porque minha vidência não está boa, fia!
- Rimos muito, descontraídos.
O coronel me perguntou:
É viva?
- Somos todos vivos! -
Pai Joaquim falou - Neiva tem grande mediunidade e está aqui,
sonhando conosco, e veio se juntar a mim.
- Sou um pobre homem louco,
sou recém chegado, estou aqui há nove anos... Vivia
naquele pântano, sem destino, pedindo a Deus para sucumbir naquele
lamaçal. Fui bem casado, tive dois filhos: um homem e uma mulher.
Harmonizei uma vila com amor, que se tornou uma bela cidadezinha.
Mas sabia que Deus havia me proporcionado tudo para que eu ajudasse
àquela gente, naquele tempo difícil. Tudo começou
assim: fui, em missão do governo, formar ali uma cidade, abrindo
estradas e civilizando aquela gente. Realmente, fiz tudo o que me
foi possível. Fui um homem desejado e querido por todos. Renunciei
ao grande amor de minha vida, sustentando, assim, minha moral. Eu
era um homem que vivia no coração de toda aquela gente.
Cheguei mesmo a fazer uma pequena cidadezinha. Todos me respeitavam,
com amor, pela dedicação que tinha com eles. Tudo era
feliz até que dei ouvidos a um secretário, espécie
de ordenança, um homem ligado ao padre daquela paróquia.
Fui avisado de que chegara um curandeiro à vila. Eu, que sempre
fora ponderado, perdi a cabeça quando soube e mandei que parasse
com suas atividades. Mas então viajei para a capital, a fim
de fazer uma prestação de contas, e por lá fiquei
mais de sessenta dias. Lembro muito bem dessa viajem! Sem ter muita
consciência, senti que o destino, o meu pobre destino, havia
me reencontrado. Estava indo àqueles órgãos públicos
e, ao sair de uma sala, naqueles corredores, esbarrei numa moça
e derrubei sua pasta. Abaixei-me ligeiro, apanhei a pasta e, quando
nos olhamos, nos reconhecemos: era Geruza, uma antiga namorada. Não
havíamos casado porque Geruza foi com sua família -
aliás, família importante - para a França, pois
seu pai não confiava em mim. E nunca mais havíamos nos
comunicado. Fiquei sabendo que Geruza não se casara. Na força
de duas pessoas que se amam, quando nos demos conta estávamos
abraçados. Sentimos, também, nossas responsabilidades,
agora tão importantes em nossas idades. Mais uma vez foi cruel
nossa separação. Parti de volta à minha cidadezinha
sem qualquer esperança de rever aquela criatura. E naquele
trenzinho enfumaçado, cheio de faiscas de fogo, eu ia me recordando,
sem notar as dificuldades daquele trem primitivo. Baldeações
em charretes para chegar a outra estação e, por último,
um trem elétrico. Nada disso, porém, me cansava. Fazia
tudo como se fosse um autômato. E pensava: Meu Deus! Por que
havia de cair aquela pasta no chão? O que fora eu fazer naquela
repartição? Os pensamentos iam cada vez mais tomando
conta de mim. Lembrava-me, agora, de nossos bons dias, dos passeios,
das cachoeiras... Aquela criaturinha meiga que queria obedecer a seus
pais e não tivera forças para cortar as relações
com eles, tendo partido juntos e me deixando apenas uma triste carta
de adeus. De repente, pensei: Por que estou me martirizando? Não
quis, não quis. Quando dei por mim, estava em prantos e meu
rosto estava molhado de lágrimas. Neste estado de espírito
cheguei. O trem parou e eu desci, deixando tudo para trás.
Oh, Tia Neiva, que destino cruel! Sentia, porém, que em nenhum
instante deixara de amar e de ser dedicado à minha velha esposa.
Comecei a pensar nas inúmeras pessoas e famílias que,
agora, eram felizes por aquele desenvolvimento que eu trouxera. Aquela
região tinha muito gado e muitas fazendas com culturas de muito
futuro. Tudo era farto pela minha direção. Agora, pensando,
concluí que todo aquele dinamismo fora trazido pelas minhas
recordações, buscando preencher o que faltava dentro
de mim. Agora, Tia Neiva, tenho certeza de que aquele grande amor
de minha vida havia se espalhado por toda aquela gente...
- Sim, coronel! - disse
eu - Tenho certeza disso. O amor é a grandeza absoluta do Homem
na Terra. O amor tira, realmente, muita terra do coração
do Homem. Digo isso por mim. O grande amor que sinto por meus filhos
é um amor tão grande que ultrapassou as barreiras do
som e me fez amar todo este Universo. Só o amor edifica. Somente
o amor absoluto, mesmo o amor das almas gêmeas quando se encontram
na Terra, faz uma transformação tão grande que
faz nascer no Homem o amor incondicional, que ilumina os três
reinos de nossa natureza, de nosso Sol Interior, que exige nosso bom
comportamento e que nos faz sentir, em cada ser, um novo resplandecer
dentro de nós.
- Ai! - disse Pai Joaquim
- Aprendeste muita coisa na Terra, Neiva, muita coisa mesmo. Está
falando muito bonito! Aliás, o que é mais bonito na
Terra é ouvir o Homem em seu sacerdócio. Sim, o Homem
de poucas letras explanar no seu sacerdócio...
- O senhor quer dizer
que esse Homem de poucas letras é semi-analfabeto? Pois fique
sabendo, Pai Joaquim, que tenho ricos professores de toga, que vão
daqui, desse resplendor, para me ensinar lá em baixo. Eu sou
mesmo uma protegida, não sou?
- Você não
pode mentir, fia, seus olhos estão empenhados a Jesus! O que
a faz falar bonito é o que acabou de dizer: O grande amor incondicional.
Aqui é fácil falar, porém, na Terra, é
muito difícil. O Homem tem sérios defeitos milenares
e se torna difícil ser amado.
- Não quero saber!
- tornei a dizer - Eu levo o meu quinhão e levo também
o dele. Quando vejo, ele já está sem defeitos. Mas,
vamos ouvir o que diz o nosso coronel.
- Quando cheguei na estação,
fiquei surpreso: Não estavam ali nem minha nora, nem meu filho,
nem minha esposa. Ninguém, nem mesmo os amigos ligados àquela
obra, exceto o meu ordenança, homem a quem me dedicara muito
e acreditava em sua palavra. Diz-se que ninguém engana ninguém,
mas eu fui enganado por aquele sagaz ordenança. Logo que cheguei,
em meio às saudações, já veio ele me dando
más notícias, de coisas amargas: “ Coronel, aquele
tal curandeiro não lhe respeita. Continua com suas feitiçarias.
O senhor o proibiu de fazer as seções e ele, agora,
vai de casa em casa e pelas ruas. Todos estão se tornando fanáticos.”
Sentindo meu coração acelerado no peito, e levado pelo
cansaço e por aquele relatório inoportuno, por aquela
denúncia, gritei com os punhos fechados: “Prenda-o e o
leve à praça. Quero que seja surrado em público!”
E o mensageiro do mal continuou, dizendo que meus filhos não
haviam ido porque meu netinho estava mal. Fiquei alucinado, porque
este netinho era toda a minha vida e por quem estava morrendo de saudade;
e, por fim, repetiu que o curandeiro desafiava as minhas ordens, fazendo
curas de porta em porta. E o maldito ordenança, antes que eu
chegasse em casa, foi correndo à casa do curandeiro. Oh, meu
Deus! Eu não sabia que aqueles homens eram meus algozes e que
Deus me havia colocado ali como missionário para evoluir aquele
povo e suavizar o meu terrível encontro... encontro esse em
que o obsessor era o meu próprio pai! E pela minha compreensão
e ternura com que lidava com aquela gente, eu encaminhava aquele povo.
Deus me mandara aquele pobre homem para me ajudar! E eu entendi? Não!
Preferi ouvir o ordenança, com sua mente deturpada, e pus em
jogo toda aquela gente que tanto me amava. Oh, meu Deus, como me livrar
do terrível acusador? Sim.. Hoje eu digo, Tia Neiva, que o
missionário nem por um instante pode ouvir uma voz que não
seja a do seu próprio coração.
- Sim, - disse eu - jamais
cairei nesta infração. Não aceito que se comente
nada para mim. Só ouço a voz do meu coração
e da minha clarividência.
Rimos com amargura, e
ele continuou:
- Chegando à minha
casa já podia ouvir os gritos tristes do povo. Minha nora,
meu filho e todos de casa vieram ao meu encontro, mas desta vez foi
diferente: me imploravam que eu deixasse chamar o curandeiro para
cuidar do meu netinho, que estava à morte. O curandeiro já
havia curado duas vítimas daquela triste febre. Sim, como pude
ser tão vil? Como pude, depois de tanta experiência,
fazer o que fiz? Após tanta realização, na realidade
eu estava desajustado! Olhei o meu netinho que ardia em febre. Lá
fora, a algazarra continuava. Avistei aquele povo, mas ninguém
vinha me avisar nada. Após me jogar no fogo, o infeliz do meu
ordenança desaparecera. Vendo tudo se acabar, comecei a pensar:
Por que, meu Deus, eu merecia toda aquela dor? Ver morrer o meu querido
netinho!... Apenas por uma palavra, apenas por um gesto eu via tudo
se acabando e terminei por perder o que eu mais queria! Mais uma vez
me sentia como morto. Desta vez, porém, não me levantaria
mais. Se pelo menos alguém viesse me dizer que não era
nada aquela algazarra, que estavam festejando um forasteiro... alguma
coisa, uma coisa qualquer que não fosse o curandeiro! Mas ninguém
falava coisa alguma. Só ouvia os soluços de minha nora,
de meu filho e de minha velha esposa. Garanto, Tia Neiva, que não
pensei em nada mais senão em salvar o meu netinho. Ainda voltei
ao quarto e ele dormia, gemendo na ânsia da febre. Ouvi, então,
quando decididamente minha nora gritou: “Vou buscar o curandeiro!”.
E eu, que pensava ser muito corajoso, não passava de um grande
covarde. Um impulso bem mais forte do que eu arrancou-me dali, tirando-me
a noção de tudo. E saí correndo. Corri muito,
até que me senti leve e me vi me transportando, chegando aos
lugares onde meu pensamento me levava. Até que cheguei aqui
e soube que morrera na mata. Tudo teria dado certo se eu não
tivesse ouvido as mentiras do meu ordenança! É muito
triste e infeliz quem ouve os fuxiqueiros, os malvados julgadores.
O curandeiro era o meu pai, que viera testar a minha humildade. E
eu, que me dizia humilde porque todos vivam a meus pés, à
primeira prova caí como um louco. Oh, meu Deus! Não
me encontrei com o curandeiro para lhe pedir que me perdoasse, pelo
capricho de meu destino, de minha prova. Ele foi ter com Deus e eu
estou aqui, Tia!
- Não! - disse
Pai Joaquim das Almas - A algazarra que você ouviu era por causa
de uma velha fazendo graças para o povo. O teu ordenança
não chegou até a casa do curandeiro, e tudo ficou bem.
Você é um homem muito honesto e pensou assim. Tem que
sofrer para não mais julgar ou corrigir sem amar!
O coronel começou
a rir, dizendo:
- Agora sim!... Agora
tenho cabeça para trabalhar!...
- Salve Deus! - dissemos
juntos.
Pai Joaquim, olhando para
mim, disse:
- Vai, fia. Olha os filetes
de Sol. Salve Deus!
E logo eu já estava
em casa.” (Tia Neiva, s/d)
· “Veja: na
maioria reclamamos, sentindo-nos injustiçados, sem lembrarmos
de fazer um exame de consciência para ver se não estamos
fazendo alguma injustiça. Saiba que o maior desajuste é
o julgamento. A preocupação de estar sendo vibrado acaba
por vibrar no outro, que nada tendo contra, se isenta, voltando tudo
contra ti mesmo. Quantas vezes eu consulto pessoas que me afirmam
estarem sendo vibradas. No entanto, elas mesmas captam “más
influências” porque, sem qualquer análise, vão
se jogando contra os que se dizem ser seus inimigos.” (Tia Neiva,
Carta Aberta n. 5, 21.10.81)
JUNÇÃO
A Junção,
cujo trabalho está no Livro de Leis, é uma Cura Iniciática
feita com o fluido dos Doutrinadores, utilizando-se o magnético
de sete forças ectoplasmáticas diferentes, que formam
o aton para todas as necessidades, sem esquecer que a sua finalidade
é a libertação de elítrios (*). O passe,
na Junção, é puramente magnético, extraído
do aton na individualidade do mestre iniciado, propiciando libertações
na vida espiritual e material do paciente por sua ação
direta nos elítrios. Para ser efetivamente uma Junção,
o paciente precisa receber sete passes. A função do
Apará na Junção é simples, pois incorpora
seu Guia Médico e apenas controla seu ectoplasma, para que
não se misture. Deve ser dada muita atenção para
que só passem pela Junção os pacientes que foram
expressamente indicados pelas entidades, nos Tronos. Há coordenadores
que, inadvertidamente, encaminham para a Junção todos
os pacientes que passam pela Cura, o que se torna arriscado, pois
muitos pacientes já antigos, conhecendo a rotina dos trabalhos,
deixam de passar nos Tronos e vão diretamente para a Cura.
Embora, na Cura, isso prejudique a plenitude do que poderiam receber
caso houvessem passado nos Tronos, é muito arriscado deixá-lo
passar na Junção sem a indicação de um
Preto Velho, pois estariam até mesmo sujeitos a um desencarne
quando fosse libertado o elítrio.