ACORDE, ACORDE…

ACORDE, ACORDE…
Eu estava muito longe quando vieram me acordar para participar de uma reunião com os caciques.
Eles não sabiam onde eu me encontrava e ao chegar no meu leito me chamaram. Eu escutei o chamado e voltei. Foi como um impacto e vi tudo retroagindo rapidamente. O mundo andou para trás. Onde eu estava era distante no tempo do futuro.
Ao chegar, acordado, eu participei da reunião. Eram muitos caciques reunidos diante do fogo sagrado. Seria como a pira que todos sabem o significado espiritual dela. Seta Branca estava no comando geral desta reunião com sua roupagem azulada meio prateada. Ele em pé segurando sua lança e os demais sentados em círculo. Eu cheguei a pensar que sua lança era como um cachimbo da paz. Saia dele um vapor como fumaça, mas era energia fluidica.
Eu não entendi muitas palavras, pois falavam em um idioma singular da tribo. Pelo pouco que registrei eles estavam falando de Koatay 108. Minha visão e audição se despertaram para registrar mais este fenômeno da vida fora da matéria.
Eu tinha ido resolver um problema muito longe. A filha de Seta Branca estava sendo infiltrada por correntes negativas. E ao chegar onde ela se encontrava com muitas amigas uma cigana veio ao meu encontro. Não conheço ela, mas está atuando na vida desta ninfa sol. Ela veio e falou tudo que acontecia, até disse que riscou um ponto no caminho dela. Isso é muito perigoso. É um triste caminho de traição ao povo da luz. Se insinuando falava palavrões dizendo ser a última cigana aí eu disse que ela era a primeira cigana para contentar a sua vaidade.
Nós devemos entender a jogada deste povo e saber agir dentro da ilusão que vivem.
Eu fiz uma ponte entre onde ela estava com onde mora e vi um ponto de luz aceso. Chamou tudo pra dentro do seu lar. Nem eu e nem os mentores sabem do que pode acontecer.
Esta cigana, mesmo ela escondendo seus pés e suas mãos não escondeu sua linhagem como pomba gira. Ao perceber que eu não entrava no joguete de suas ilusões ela se afastou e aquela gargalhada sufocada saiu como um grito de guerra. Eu não disse uma palavra para não gastar meus bônus.
Sabem que muitas reuniões servem para alimentar espíritos de diversas natureza. O silêncio é a sabedoria do mestre que pode ensinar por suas atitudes e não por palavras charmosas.
Eu aqui quase não faço reuniões para que este povo observe as atitudes de como ser mestre deste amanhecer. Como se diz: se conselho fosse bom não se dava, se vendia. É um velho ditado para mostrar que ninguém quer ser convencido a mudar seu destino carmico. Podemos exemplificar com medidas de respeito e não camuflar nossos desejos de evolução. Para isso tem as aulas.
O povo se evolui pelos olhos e não pelas palavras perdidas no vácuo auditivo. O que os olhos registram os ouvidos esquecem. Não sei se entenderam o que eu quero expressar.
Como desta reunião dos caciques em que fui convidado a registrar com meus olhos. Cada movimento, cada ação e palavras foram gravadas na película espiritual.
O que mais me chamou a atenção neste episódio é que eu tive que acordar para reunir os três reinos e poder ver pela janela temporal. Algo novo para mim. A gente nunca sabe tudo para sair batendo no peito dizendo que é mestre. Ser mestre é ser pacivel de entender a evolução planetária e não criticar alguém somente pela aparência.
Nunca envenenar seus parceiros com grosserias e falta de educação ou fofocar destruindo a felicidade do seu irmão ou do seu inimigo. Há juras intermináveis sendo duplicadas. A eterna bola de neve.
Vamos ter algo novo para nos conscientizar que eu pude observar. Esta reunião dos velhos caciques vai ser algo que vai mexer na estrutura do amanhecer, nas colunas e pilares de sustentação do mestrado. Eu ainda estou decifrando esta passagem, porque tem certas coisas em segredo, como na raiz que foi plantada na terra do jaguar. A mãe gentil ramificou suas raízes e muitos brotos saíram das suas entranhas e já começaram a dar frutos muito cedo. A pressa de colher o resultado é que pode colocar toda a safra em perigo. A fome de resultado não condiz com a prestação de contas. Todos esqueceram do idealismo e se macificaram no coração. Todos só querem resultados positivos sem saber que somos falhos, negativos.
A primeira onda passou como tsunami pelo solo sagrado. Varreu muita coisa trazendo a tona os dejetos da impureza existencial. A corrente se contaminou, mas ela está sendo filtrada.
Eu fiquei aqui e ali até o término desta reunião. Ao fechar a janela temporal eu voltei a me acolher no leito. Está um friozinho de gelar o cucuruco.
Sem mais para o momento eu deixo a esperança de um novo amanhecer, como vi e ouvi.
Um novo amanhecer!
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
28.06.2022

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!