ÊXODO

ÊXODO
A grande partida revela quem somos.
Ao deixar nosso planeta de origem nós buscamos outras formas de contato e ao voltar no tempo chegamos na inexorável roda da vida. Nós somos parte deste processo que não tem fim e sempre é um recomeço em algum lugar do sistema.
Eu voltei muito tempo, na memória astral, para recompor a minha história. Éramos felizes, mas sempre fomos colonizadores, sempre com um pé na estrada.
Desta partida obrigatória surgiu a necessidade de sair para enfrentar outros mundos, pois aquele tinha chegado no ápice da morte. As grandes caravanas foram saindo sem levar nada e deixando para trás aquele paraíso decaído. Um mundo perdido no esquecimento.
Grandes naves pousaram na crosta e foram sendo tomadas por aquele povo sem tempo de pensar ou raciocinar. Era questão de tempo, pois o planeta estava se autodestruindo.
Eu era um dos que ajudava o povo entrar. Eu não me importava comigo mesmo, eu tinha que salvar o maior número de habitantes possível. Seria como um oficial de patente pronto para dar a vida pelo próximo.
O engraçado que eu via aquelas naves como enormes carroças vestidas de lona branca.
Muitos tremores deixavam as pernas fracas. Não estava havendo mais sustentação e sem equilíbrio ninguém conseguia andar. Eram puxados por um raio trator, uma força que os atraía para dentro.
O êxodo marcou o final deste planeta e todos foram assentados em outros mundos.
A luta pela sobrevivência trás sérias consequências para a humanidade. Não se tem respeito uns pelos outros. Sempre haverá o distanciamento social pelo poder material.
O que eu vi nesta viagem de regresso me deixou pensativo. Eram felizes e não estavam contentes. A solidão abriu a fenda do esquecimento.
Eu morava num predinho de dois andares com enormes janelas que dava para a rua. Dali eu via quem passava, mas não saia de casa. Tínhamos uma vida sustentada pelo governo. Não era muito, mas dava para sobreviver. Nada se podia fazer, tudo era controlado. Para qualquer coisa deveria ter permissão e se não respeitasse eles tomavam te deixando viver na miséria.
Eu faço uma comparação de governos socialistas com governos corporativistas. É muito diferente, porque no socialismo você não é dono nem da sua vida. No corporativista você só vai ser dono se lutar para ter. Esta diferença de interesse pode ter um final dramático para um povo.
No livro êxodo que marcou a história dos hebreus conta em comparação de como foram os últimos dias de um regime escravagista. Então temos aqui três regimes sustentados pela necessidade. Um socialista, um corporativista e um escravagista.
O primeiro dos reis hebraicos foi Saul, que após sofrer algumas derrotas militares veio a sofrer forte pressão de alguns oponentes ao seu governo. Não suportando tamanha oposição, o rei Saul cometeu suicídio e deixou o trono vago para que um jovem e destemido guerreiro, chamado Davi, viesse a assumir o trono hebraico.
Vejam o desfecho de um povo que rompeu as correntes de um regime e com liberdade passaram a fazer seu próprio regime. Não há mudanças no comportamento, porque um povo livre se perde pelos exageros.
Eram livres e pediram novamente para serem escravos. Então Saul, que era profeta, se orientava com Deus e mesmo assim não estavam contentes.
Ninguém está contente consigo mesmo. Quando são prisioneiro lutam pela liberdade e quando são livres fazem de tudo para perdê-la. Quem vai entender este mistério, somente o Grande Deus.
Eu respeito todos os sentimentos, porquê convivo com as diferenças. A luta humana sempre será pelo poder. Sempre haverá uma guerra interior da personalidade contra a individualidade. As marcas não se apagam, elas são esquecidas.
Nós somos parte deste êxodo, sim, temos uma vida para aprender e tão logo nossa nave parte para outros mundos. Por isso ninguém está contente com sua estadia, sempre vai procurar a grama do vizinho. E olha que o vizinho trabalhou muito para embelezar seu mundo, mas pergunte para ele se ele está contente. O que os olhos não vêem o coração não sente.
Este período de vida pode ser um recomeço de sua jornada. Faça dele o seu caminho e compreenda a sua missão lutando contra a cegueira carmica.
Boa sorte a todos os navegantes que de alguma maneira estão descontentes. A terra é o nosso paraíso.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
27.06 2022

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!