O DOUTRINADOR

O DOUTRINADOR
És farol que ilumina as noites escuras.
No pequeno pajé aconteceu algo incrível, o sino do navio soava forte dando a entender que algo estava acontecendo com o velho pirata. Eu ouvia o balanço do mar batendo no casco de madeira. Naquele instante eu não ouvi o pai nosso das criancinhas. Ele não ultrapassou o neutrôm. Voltei e perguntei se havia sido feita a prece, confirmaram que sim.
Vejam a gravidade do momento, os jaguares não estão ultrapassando mais o neutrôm. Não estão sendo ouvidos do lado de lá. Eu ensinei o rito para romper a barreira e registrar no céu as preces e nossas emissões. É o que a clarividente disse sobre alterar as emissões que não seriam ouvidas e nem registradas.
Nossa missão é aprender para ensinar. Eu tenho muito cuidado com as coisas que acontecem nesta casa de Seta Branca.
Jaguares. Procurem os Devas oficiais deixados pela clarividente para acertar vossas emissões. Não emitam sem ter certeza de estarem sendo ouvidos.
A lapidação do mestre o torna um cristal exuberante. O doutrinador é um farol aonde estiver. Ele brilha e com isso chama a atenção dos espíritos.
Se ele não ultrapassar a sua barreira é como uma prece que sem fé cai na ponta do sapato.
O navio está chegando. Está trazendo as boas novas desta era do terceiro milênio. O sino estava na porta do pequeno pajé, a direita de quem entra.
Eu vi este pajé indo longe para formar a cultura. Piratas do amor que enxergaram Jesus nesta escola de Seta Branca com Neiva. O navio ainda não atracou, está em alto mar com suas velas sopradas pela brisa de Aruanda. Falta pouco tempo para ancorar nos portos com areias límpidas e fosforescente.
Eu ouvia o sino e estava tão impregnado pelo som que a terra ficou distante.
Voltei. Ensinei o canto de abertura dos portais.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
20.02.2022

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!