TÚNEL


A descoberta deste túnel trouxe a tona segredos ainda intactos.
Ao chegarmos na marca dos 18 km sob a terra o medo de nos aprofundar nos fez voltar. Este túnel tinha a altura de um homem. Subia, descia, parecia desviar detalhes que impediriam sua perfuração. Uma obra de engenharia jamais vista naqueles tempos.
Era bem rude, terra compactada e em muitas partes alisada com as mãos.
Chegamos no nosso limite e parecia não ter fim. Para onde levaria este caminho. Lembrei das galerias em Capela, onde muitos cidadãos viviam escondidos da superfície por se sentirem discriminados. Até hoje eu os vejo aqui na terra em passeatas lutando por direitos que querem conquistar. Na verdade nem eles sabem o que querem. Lutam por batalhas perdidas, mas não lutam para se evoluírem. São espíritos presos ao seu passado.
Vendo pela janela do tempo chegamos ao auge de nossas conquistas. Para os conformados a morte e aos incorfomados a luta.
Foi estes pensamentos que vieram quando chegamos naquela marca. Sabíamos que tínhamos que voltar, mas não saciamos a curiosidade de chegar ao fim. O medo nos arrastou de volta. Talvez em outra oportunidade iremos avançar mais nesta descoberta. Não sei se começamos ou terminamos. Digo, não dava para saber se entramos pela entrada ou saída.
A volta demorou muito e o medo nos faz ver coisas inexistentes.
Esta pequena cidade vai ficar famosa. Só o tempo poderá dizer sobre a descoberta.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
07.02.2022

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