JUÍZO FINAL


Eu fui conhecer a história de um juiz que antes de tudo estudava cada caso para poder julgar. Ele se passava pelo autor, pela vítima e pela sociedade de uma cidadezinha de interior.
Quando eu cheguei ele estava sentado com um copo de bebida em sua mão e refletia silenciosamente sobre como é ser julgado. Neste caso específico a situação envolvia religião, ordem de princípios milenares que os espíritos estão envolvidos. Não somente na terra se exercita a fé, mas muitos carregam para o anonimato as suas crenças.
_ Senta comigo! Preciso conhecer para decidir!
_ Salve Deus!
Sentei com ele nesta mesa redonda e fiquei analisando silenciosamente sua posição. Ele era magro e em seu rosto tinham as marcas cravadas pelos destinos de centenas de julgados. Meticuloso em suas palavras e ordenador jurídico não se expõe com suas opiniões pessoais, mas aos fatos.
Eu ouvia seus pensamentos e sustentava a minha condição de ajudar, ensinar e instruir espiritualmente. Não podia ser coadjuvante neste caminho, porque haviam outros na mesma composição sendo julgados.
A cada gole uma ação decidida. Ele formava sua decisão na complexidade do conhecimento. Ia a fundo e observava os detalhes.
Eu sei de qual caso se referia o julgamento e até poderia ajudar, mas não, eu tinha que ser isento, porque uma dívida pode contrair outra.
Fui conhecer o outro lado e para minha surpresa estamos envolvidos nesta questão. O juízo final. Este rapaz envolvido não tem princípios altaneiros e pensa somente na materialidade do processo. As testemunhas se deram conta que foram induzidas a erro dentro deste processo. Ainda da tempo de refazer suas opiniões e fazer a coisa certa. Sim, jaguares, o maior juiz é a consciência. Aquele que não tiver consciência humana sofrerá as consequências espirituais.
Muita treta de um lado para atingir o psicológico do julgador. Tentando com isso se apossar da verdade como sendo dono dela. A verdade tem duas portas que são pesadas na balança da justiça devendo ser isenta e neutra nas particularidades.
Por isso fui convidado a demonstrar a minha realidade. A missão de um mundo invisível sob a tutela de uma decisão primordial.
Mais um gole e mais um argumento formado. Ao conhecer a minha narrativa ele guardou para nos autos resumir o pedido.
A outra parte mentiu nos autos e ao mentir não demonstrou a relatividade do porque. Finalmente eu ouvi mais um devaneio do conjurado que teve medo de entrar na casa de Seta Branca para opinar sua contraparte.
Fui, não sou vítima, sou autor. Não pela minha questão principal, mas pelas mãos de um mundo que está associado a caridade planetária. Aqui o céu está na terra dos homens enraizados em suas justiças que podem falhar ou acertar. Não tem jurados e sim somente uma cabeça.
A sentença que pode colocar estes espíritos na linha de suas provações. Eu não quero estar prejulgando quem é quem. Estou no anonimato, pois cada um terá que arcar com suas posições. Há um julgamento na terra e outro no céu.
Na terra é mais suave que no mundo dos espíritos. Mexer com a espiritualidade é ter no seu calcanhar a imensidão de mundos que estão aqui reunidos para salvar estes encarnados do triste fim.
O que eu vejo ninguém vê e o que todos vêem eu não vejo.
Mais um gole e mais uma decisão se formou. Só que ele está cauteloso, pois viu que os espíritos existem. Viu por mim e não pelos seus adjetivos de julgador.
Eu não influenciei e deixei a verdade ser realidade. Não ser somente julgado pela terra e sim ampliar este horizonte acima da verdade terrena.
Ser juiz de um destino pode corroborar para uma decisão justa. Não pela aparência, mas se ater a condição da sociedade envolvida e assistida por Deus de dentro pra fora.
Lamento pelas testemunhas hora infiltradas que aceitaram desafiar a justiça do céu. Como se fala na terra, malandragem de opiniões vulgares. Irão ser chamados um a um para responder pela falsidade. E já estão sendo convidados, os cavaleiros os estão cassando com suas redes magnéticas pelos testemunhos da inverdade.
Vão ter que carregar esta desonestidade para sempre em seus corações. Eu não quero responder por ninguém. Cada um sabe onde é a chaga de Cristo.
Me apresentei e mostrei o meu lado místico para moldar e modelar os pensamentos. Quero que seja feita a justiça em dois mundos.
Agradeço a Deus por poder atender os dois lados.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
23.01.2022

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