DÍVIDA


Eu fui convidado por um doutor a fazer uma visita em em seu apartamento em Curitiba. Ele, já desencarnado, precisava de minha presença para quitar um dívida assumida, não por ele, mas por alguém de sua família.
Cheguei e sempre acompanhado por uma criança subi e ele já estava me esperando. Ao chegar os espíritos estavam reunidos, sua mulher e seus filhos. Todos naquela enorme sala. Eu olhava para ele e não o via como era aqui na terra. Era diferente, mais jovem, cor mais clara, cabelo um pouco mais para ruivo escuro.
_ Toma! Este presente é teu!
Eu peguei aquela porchete preta pesada. Tinha algo dentro e ao abrir era muito dinheiro. Ele disse o valor.
_ Tem aí 400 mil! É para pagar aquela dívida com você! Dona Maria me contou sobre o ocorrido!
_ Eu não posso pegar! Não vim cobrar nada!
_ Eu sei que você não aceitaria, mas use para sua obra de caridade! Você é muito falado no mundo dos espíritos!
_ Salve Deus!
Eu fiquei constrangido com esta atitude. Fiquei sem jeito e nem sabia onde colocar minha cara.
De repente ele puxou sua filha e começaram a se alegrar dançando. Eu sorria, ele era bem ativo. Não era daqueles doutores amargurados.
Eu me despedi e a criança ainda estava sob minha guarda. Um menino de uns 5 anos.
Descemos e viemos embora.
Ao chegar no etérico plano do templo tive que intervir num reajuste entre dois espíritos. Duas ninfas do amanhecer, antigas rivais de vidas passadas. Foi muito sério este reencontro, pois uma não perdoava a outra.
Ser mediador de problemas carmicos é algo muito difícil, você não tem ou escolhe lado. Você tem que ser ausente da amizade e decidir pela razão do problema.
Como foi difícil escutar os dois lados. Mas eu não culpava ninguém, pois eram donas de suas vidas. Assim como hoje encarnadas vivem distantes fisicamente, mas se cobram espiritualmente. Este reencontro foi para quitar uma mágoa persistente, uma culpava a outra pelos desencontros atuais.
Eu somente criei uma barreira no campo vibracional para não se agredirem. Uma não podia tocar na outra. Podiam falar e ouvir as dores da revolta.
Quando tudo foi se amenizando a paz voltou a impregnar seus corações. Não se olhavam. Com uma delas havia um homem moreno e a outra estava só. A que estava só reconheceu aquele homem de outra vida. Pedia sua ajuda para reestabelecer a ordem primária.
O homem por sinal estava encostado na parede perto do chão. Ele estava apático, sem forças, pois foi trazido meio na força moral. Não teve atitude e nem falou, somente olhava e assistia.
Ao término deste reencontro cada uma seguiu seu destino dentro deste espaço espiritual. Eu consegui evitar um reajuste na terra que culminaria em afastamento da missão.
Jaguares. Vejam em seus corações a grande jornada dos espíritos. Cada encarnado registrou no livro de ouro o seu caminho. Não tem como apagar e nem mudar a não ser conhecendo a si mesmo.
No caso do médico ele já está trabalhando espiritualmente e com seus bônus a caridade se completa. Agora o motivo disso tudo todos sabem e ninguém esconde ou se esconde da verdade. Os espíritos envolvidos nesta questão querem o esclarecimento. Dona Maria sofre a dor do arrependimento e pediu ajuda para o médico.
Agora eu digo: será que o dinheiro compra a felicidade espiritual! Será que este materialismo vai encurtar sua dívida carmica! O que vai acontecer com o depois!
O etérico plano do templo clareou. Um estalo dissipou aquela corrente negativa. Com este choque magnético os espíritos foram limpos da vibração vingativa. Tem dois tipos de vibração, negativa e vingativa. Todos só conhecem a negativa.
A vingativa é fazer ou causar morte por ação direta, emboscada. A negativa é ficar vibrando querendo que aconteça a destruição.
Ao desfazer este reajuste o meu psique ficou mais célere, mais ágil e ligeiro para decidir entre razão e emoção.
Tudo calmo.
Todos bem. Vamos ver as reações físicas.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
21.01.2022

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!