RODOVIÁRIA UNIVERSAL – PARTE DOIS


Levantei e fui jantar. Era quase meia noite, porque não temos pressa, aqui tudo segue outro cronograma existencial.
Voltei a procurar quem estava na rodoviária. Só que agora em outro caminho, muito longe da despedida. Me indicaram e fui atrás. Ao chegar em uma cidadezinha, no canal vermelho, eu segui para o endereço. Lá não é como na terra, não sei explicar direito, a gente acha pelo padrão vibratório do espírito.
Cheguei em uma modesta casa e não tinha ninguém. Pedi permissão e ouvi dos fundos um grito alto, entre. Fui entrando e reparando na simplicidade daquele lar. Muita coisa antiga recuperada. Ao chegar na janela dos fundos eu olhei e lá estava o homem a quem procurava. Era um artesão com muitas habilidades. Ele consertava tudo e deixava como novo. Cumprimentei e com muita tranquilidade ele respondeu. Estava consertando um objeto quebrado. Como artesão que foi em terra não ficou desamparado. Todos daquela cidadezinha o procuravam para serem ajudados. Eu não sabia seu nome e nem porque o estava procurando. Sua mulher estava no corredor ao lado da casa arrumando uns jarros de flores. Ela não apareceu para mim. Eu só fui saber quem era quando o ouvi cantando um mantra do Vale. O hino do doutrinador. Era um velho doutrinador, aquele a quem vendi minha casa no templo mãe. Estava diferente, não trazia no semblante as marcas da terra. Sua mulher estava com ele, não sei se ela partiu ou está encarnada. Eu só tive contato com o jaguar.
Foram momentos preciosos, mas eu não podia sair de dentro da casa, algo me proibia.

Mudando de assunto:
Eu quero deixar bem claro que só mexe em uma mediunidade com permissão de Seta Branca. Ninguém está autorizado a vir e plantar dúvidas na cabeça dos missionários dizendo que fulano ou fulana é doutrinador ou apara. Quando isso acontecia Tia Neiva não gostava e desfazia toda aquela energia contraditória.
Eu sigo os preceitos do que ela deixou.

Voltando ao velho mestre guerra e sua amada. Minha viagem não foi em vão, mas como foi difícil encontrar a resposta. Pediram no pensamento e a única forma foi buscar na rodoviária universal o rastro. Como filho de Seta Branca ele passou para outro plano sem passar pela rodoviária.
A vida é uma incógnita muito especial. Na terra como no céu. Muitos tem dúvidas da verdade que se esconde nos desafios desta encarnação.
Aqui, ali, vão chegando, apara doutrinador.
Sabe. Ao receber esta vibração eu adoeci e por isso fui atrás. Fui para desfazer, cortar aquela sintonia sobre meu físico. Ao chegar no ponto Inicial tudo se acalmou. O jaguar desencarnado parou de emitir aquela sintonia. Melhorei um pouco das consequências. Eu tenho muito receio de pedir uma vibração para outro mestre. Eu não sei o que virá junto. Vejam que eu não pedi nada e ao receber esta projeção meu físico adoeceu. Muito cuidado ao pedirem ajuda da terra. Porque não pedem aos céus em suas preces. Vocês acreditam mais na terra do que nos mundos espirituais.
Não posso discriminalizar ninguém, acho que cada um pede aquilo que deseja e merece.
Que a terra guarde seus filhos e que o céu olhe por todos.
Conversei muito com o jaguar faz tudo. Sim, um artesão que conserta o que foi quebrado. Eu acho que assim a vida dele não cai no marasmo da solidão. Sua mente está ali no seu trabalho. A saudade da terra fez com que sua sintonia chegasse a todos. Eu estava na reta dos seus pensamentos. Só que tem diferença, eu recebo a canalização. Os outros da família não sei dizer. Veio um pedido dele, Cleber, jaguar, seu filho.
O nosso contato foi a muitos anos atrás. Diria mais de trinta anos. Vejam como a terra passa rapidinho.
Vou registrar este nome junto a Seta Branca. Ele sabe tudo de todos. A única forma de quebrar aquela vibração foi passar água fluidica em cima do plexo.
Filhos de Seta Branca olhem para o céu e conversem com Deus.
Outras viagens chegarão.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
09.01.2022

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!