MORTE


A pior morte é a morte espiritual. É onde o espírito perde toda sua realização e conquistas. Nem a morte física é tão complexa quanto a que falo acima.
Os espíritos se afogam num mar de lama, no lodo de suas inconsciências e vão descendo aos vales da incompreensão. Como gritam desesperados para alguém tirá-los deste mundo escuro. Não há como salvar a todos da desintegração, reintegração e integração. A dor do lamento de não terem feito nada para mudar seus destinos.
Anodai, sim jaguares, é onde mãe Iara se compadece dos sofredores e aparece entre eles como Santa Clara. Ela vai suavisando os corações que com suas mãos erguidas pedem ajuda. Olhos fechados sendo encantados pela suave brisa de Aruanda.
Os gritos cessam por instantes e o balbúrdio da lugar para o silêncio. Tão logo passe a corte tudo recomeça. Deus tenha piedade destes sofredores. Um mundo esquecido entre dos lapsos temporais.
Ao voltar esgotado desta viagem eu me apego ao sol desta vida que reorganiza os poderes do jaguar. Luz, sim, a terra precisa de muita luz para vencer a triste insatisfação e não despencarem para este Vale da incompreensão. Não promovam a discórdia e nem a falsidade que acostumados sem perceber se jogam uns contra outros.
Vejam este mundo que pertinho dos seus pés podem engolir suas almas. Muitos espíritos que estavam lá mãe Iara trouxe para cá. Libertação. Mas não adianta nada se não houver a mudança racional de cada um.
Como sofrem estes irmãos que despencaram por suas desobediências a Deus.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An/Un
21.11.2021

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!