PERDÃO MEU IRMÃO


Chegando no templo para mais um dia de trabalho material um adjunto de povo, moreno, veio com seu cavaleiro para me falar.
_ Perdão meu irmão! Eu não compreendia o quanto esta missão era importante para Pai Seta Branca e principalmente para você! Eu julguei sem conhecer e por isso estou aqui querendo de alguma forma reparar este erro!

Eu fiquei ouvindo ele falar e observando o motivo que o trouxe tão longe do seu destino.
_ pois então jaguar! Esta casa é onde depositei o meu coração! É onde cada pedra, cada tijolo, cada telha tem um valor espiritual muito grande! As pessoas tem mania de querer julgar, condenar sem ao menos ter feito esforços para entender. E depois querem perdão pelas palavras que saíram de suas bocas!

_ hoje eu estou te compreendendo, só hoje jaguar! Como fui tolo em cair nesta armadilha! Eu não tinha sossego! Algo estava atrapalhando minha caminhada!

Eu falei com ele em voz alta, ainda bem que só estava eu no templo. Iriam pensar que eu estava doido de falar com ninguém.
Eu ouvi seu pedido de perdão e ele ouviu meu esclarecimento doutrinário. O adjunto mesmo tendo todo conhecimento da doutrina ainda é surdo, não lê telepatia. Somente falando alto ele me ouviria. Agora eu ouvi suas palavras em minha mente.
Ele está lá no templo me esperando. Veio da casa grande, aliás, ele morava lá.
Sabe. Eu estou completando uma missão, a minha missão, dentro deste sacerdócio de Seta Branca. Vocês sabem da chave que abre os mundos paralelos. Esta chave simples ferramenta do verdadeiro amor está em cada coração.
Não façam como o adjunto fez, criticar, julgar ao longe sem ter pisado em outros solos sagrados. Teve que voltar para acalmar seu eu eterno.
Eu vejo muita desunião dentro da seara divina tornando como um covil de lobos famintos por um pedaço de pão velho.
Até quando isso vai perdurar.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An-Selmo Rá
18.08.2021

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