PIRATARIA

Tempos de guerra, tempos de paz, tempos de conquistas.

Neste regresso a uma história de aventuras, paixões, mortes e escolhas, o pirata Omar era como se fosse um Robin Wood da lenda Inglesa. Omar, que naquele tempo na Espanha se obrigou a desafiar o poder militar para viver a sua recompensa.

Foram anos e anos de pirataria, de cais em cais, portos em portos, saqueando os navios mercantes e de passageiros. Este regresso me trouxe em uma batalha decisiva, uma emboscada promovida pelos militares em um porto onde tudo foi bombardeado pelos canhões da terra e dos navios.

Ao chegarmos, já noite avançada, para desembarcar na costa a surpresa foi grande, porque olhando a calmaria não dava para ver o que se escondia na noite sem luar. Quando o navio chegou perto do ancoradouro às tochas foram acesas e tão logo os estrondos de canhões, tiros, e explosões.

O meu inimigo foi meu amigo no passado, agora era um corsário do Rei. Habitou o meu convés e conhecia todas as táticas das surpresas, já que foi um pirata e hoje promove a sua pirataria legal recebendo altas comissões da pilhagem e ainda tendo proteção naval.

Como capitão nossa guerra particular se promoveu pelo achaque que os reinados promoviam tirando do povo para sustentar as suas coroas. Neste episódio foi o desfecho desta vida de pirata dos altos mares com sua bandeira preta hasteada no mastro principal. Duas espadas sobre um crânio distinguia quem era oficial e quem não era.

Foi um bombardeio infeliz fazendo o navio afundar neste porto e todos morreram pela violenta ação dos militares sob o comando do Almirante britânico Henry Morgan, um corsário que brutalmente destruiu uma cidade inteira sem piedade depois de ser massacrada e rendida.

Naquele tempo os piratas eram famosos em suas viagens pelos mares, mas este episódio do Omar foi curto em relação ao período do ano de 1600. Eu me vi ali no convés tentando retornar, tentando distanciar, mas o cerco foi grande e não restou nada, nem a vida.

Muitos tesouros foram enterrados em ilhas desertas. Hoje eu recebi um presente, uma caixa de surpresas. Ela estava escondida sob as areias de uma praia em uma destas ilhas. Depois de anos nesta missão pela primeira vez eu recebi um presente da espiritualidade.

Ao receber eu olhava para tudo aquilo que não era meu, mas me pertencia de alguma forma. Os anos enterrados e sem dono oficialmente me colocavam na lista de beneficiário. Foi um presente muito importante, me deixou feliz, porque as ligações temporais do passado com o presente vai decidir o futuro.

As nossas conquistas espirituais. Hoje nós temos uma riqueza esplendorosa que se chama evolução do espírito. Vendo por esta linha não podemos exigir muitas recompensas sem antes acertar as dívidas deixadas no resgate cármico.

Ali foi uma sepultura que o mar recebeu. Aqui, hoje, tenho que guiar a minha nave recebendo os meus conterrâneos dos altos mares, do espaço e da terra.

Ninguém é de ninguém, e ninguém é escarvo de outro alguém. Deus lhe deu a sua vida para que dela outras chegassem a compor o seu cenário neste palco interminável das reencarnações.

Não se tornem cobrador do seu cobrador.

Entenderam!

Salve Deus!

Adjunto Apurê

An-Selmo Rá

25.07.2021

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!