NEGOCIAÇÃO

Foi uma noite de muita negociação com espíritos que vieram com a promessa de cobrança.

Muitas vezes nós temos que largar mão de tantas bobeiras físicas e materiais e nos compenetrar da grande responsabilidade espiritual com as mediunidades que estão avançando no limiar do terceiro milênio.

Recebemos aqui, nesta longa transição, uma família que veio acampar nesta área sagrada do amanhecer. Só assim foi possível haver esta negociação. Eram espíritos de famílias de origens diferentes, mas moravam lado a lado nas mansões etéricas, e lá, pela mesma coisa que vemos na terra, houve desentendimentos de ambos os lados.

Todos se fecharam em suas clausuras. Só que não ficou somente aí, eles continuaram a vibrar comprometendo o círculo vital. Teve que separar os lados dando a cada família condições de acertarem suas diferenças na reencarnação. Como lá eles não podiam completar o ciclo renovador, a terra seria um passo importante para o resgate.

Vieram em partes. Eu diria em blocos espirituais e cada qual escolheu seu destino. Aqui na terra se reencontraram em laços de sangue ou envolvimentos de outras formas.

Foi nesta noite com eles aqui que eu consegui negociar uma divida milenar muito perigosa, a dor, a força de um desencontro. A noite foi muito intensa, pois não havia amor e sim reparação. Eu fiquei no meio das interrogações e exclamações. De ambos os lados as vítimas que se diziam inocentes, mas eram vitimas de suas próprias falhas. Com a regulação do comando em forma de orientação foi possível ampliar o horizonte trazendo melhorias para ambos. A mulher da outra família veio interpor sua cobrança e agia diretamente no físico da outra encarnada.

Com o esclarecimento doutrinário me foi possível distinguir das falhas que ficaram milenarmente impregnadas no coração. Cada qual tinha suas razões e no mesmo tempo nenhumas delas as tinham. Isso estava ocorrendo pela falta de ouvir, de escutar, de ter tolerância e saber sua hora de falar. As duas queriam falar ao mesmo tempo e assim fica difícil esclarecer.

A negociação ocorreu diante do tribunal especial. Me foi dado a condição de ser o mediador desta cobrança. O sistema nos provém das instruções por onde temos condições de atuar de forma plausível na libertação dos destinos. Eu negociei de ambos os lados para que as duas famílias colaborassem neste perdão. Foi bem difícil quebrar o conflito, mas de agora em diante as coisas deverão remediar e atingirem a cura do físico e do espirito.

A dona daquela mansão refez a vibração e a outra que reencarnou também manteve sua solidariedade em manter o alinhamento para todos que vieram reajustar tenham o principio da paz. Houve uma trégua, sim, a proposta foi de manter o equilíbrio dentro das duas casas.

O exercício da fé, meus irmãos, está na condição que assumimos junto aos planos luminosos o esclarecimento da verdade. A verdade é única e ela tem que brilhar como um grande espelho. Somos instrumentos da paz e se não agirmos dentro do conhecimento cientifico espiritual de nada valerão os instrumentos da espiritualidade para abastecer nossos íntimos com conhecimento.

Quando as duas se abraçaram diante de suas heranças transcendentais houve um suspiro de esperança. Sabe quando você suspira para acalmar seu íntimo, como os pretos velhos pedem, respire fundo e solte, é para acalmar nosso sol interior. Nossa usina de forças está acelerada demais e precisa equilibrar as arestas para que o físico contemple o espirito.

Foi uma grande alegria ter sido convidado a agir nesta trégua. Não foi ainda o perdão total, mas uma trégua para que ambas as famílias tivessem tempo de refazer suas histórias. Todos daquele círculo vital respeitaram as decisões das responsáveis pelo seu clã. Vou esperar pela decisão final, quando as duas realmente abrirem suas portas para se receberem como irmãs.

Assim foi esta negociação. Assim transcorreu em silêncio nesta madrugada dos espíritos libertos de suas clausuras para se acertarem espiritualmente.

Salve Deus!

Adjunto Apurê

An-Selmo Rá

14.03.2021

Seja bem-vindo ao vale dos deuses!